Ainda não inventaram sentimentos
sintéticos para emprestar à inteligência artificial, ponto de vantagem para nós
humanos. Os sentimentos nos tornam mais verdadeiros, mais autênticos diante do
inevitável, mais criativos e sensitivos na hora das trocas afetivas. Somos
espontâneos diante deles, somos curiosos e inocentes ou tolos de paixão por
atenção. Com eles ganhamos, não importa o quê, mas ganhamos. Sentimento tem
este poder de receber, de acolher e ser acolhido, de incitar respostas internas
ou de arrancar revelações comprometedoras. Sentimento tem a magia da
transformação diante dos olhos, tem o rasgo ensolarado da gratidão, tem o
perfume das tardes mais descomprometidas. Os poetas sabem disso e por isso
escrevem sobre essência e substância, sobre o nada e sobre o tudo, sobre o que
será e o que não foi. O sentimento nos humaniza em projetos poéticos de bem
viver.
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