Assim como guardamos
sonhos na gaveta do tempo, levados a fazê-lo pela força das circunstâncias ou
simplesmente por falta de ânimo, assim também guardamos ou sublimamos desejos.
A infância foi curta demais para aprendermos realmente a voar como super heróis
ou para construir os mais lindos castelos de areia onde um dia habitaríamos. A
adolescência foi rápida demais para viver um amor tão intenso como o de Romeu e
Julieta ou para conhecer e beijar nossos ídolos musicais. A juventude passou
mais veloz do que Airton Sena em seus melhores momentos, sem que pudéssemos
viajar o mundo sonhado. A idade adulta pode até passar lentamente, mas nem por
isso conseguimos realizar todos os desejos, multiplicados e extensivos a cada
membro da família. A velhice, este tempo memorial de arrependimentos e de
saudosismo, é a confirmação real do quanto sublimamos a vida. Somos seres,
sublimadores de nossos desejos.
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