Ter paz é pacificar
silêncios para escutar seus sons e burburinhos. Até que sejam enjaulados, os
silêncios teimam com seus ruídos para se mostrar presente e real. Tal e qual um
touro bravo solto pelas ruas, os silêncios querem se fazer valer diante dos
barulhos do mundo, querem se afastar das teorias, querem dominar o ciclo das
respirações mais lentas possíveis. O silêncio é um desejo com poucas forças,
música sem letra, uma fumaça de cigarro longe da boca e perdida no sonho de
virar nuvem. Os silêncios são numeráveis e mensuráveis, mas podem ser
esquecidos por quem deixou de acreditar nos burburinhos e saiu por aí afirmando
que não se contam silêncios. Alguns silêncios cabem nos bolsos, outros se
contentam com o coração que os acolhe. Há vagas para domadores de silêncio no
circo dos prazeres!
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