Não me fuja a ausência dos
mapas, não me prendam as garras do destino, para que o caminho seja eu. Não me
enganem os pensamentos e atos, não me distraiam as buscas por nada que me
preenche de cores. Vivo no espaço das indefinições, da espera sem sentido, do
culto à beleza que me enamora, sem poder tomar posse deste território indomável
de palavras. Sem deixar de ser caminho, há quem me pise ou me contorça em
curvas, há quem me siga sem me seguir eternamente, todos abandonam a estrada se
o desejam sem ao menos dizer adeus. Não me fuja a função de ser estrada para
quem não se encontrou ainda, enquanto me alimento de pó e neblina nos braços do
amanhecer.
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