Sempre que a gente resiste
a um evento, considerando-o inaceitável, indignando-se com ele, soltando fogo
pelas narinas, permitindo que ele sequestre nossas emoções, explodindo em
sensações de exclusão e raiva ou injustiça, ou desabando em lágrimas, o campo
negativo e incontrolável das emoções indesejadas gera mais pensamentos
incontroláveis de negatividade. A gente mesmo se desempodera em nome da razão,
em busca de explicações que nos favoreçam, jogando mais lenha na fogueira da
tempestade emocional. Foi a gente que começou a guerra diante de nossas
distorções dos fatos consumados e acaba se esquecendo de que tudo o que é
diferente de nossas expectativas também existe e tem sua expressão no mundo. O
que parece ruim para mim, parece ótimo para outros. A realidade não existe
apenas para me atender ou agradar. Ela se revela na multiplicidade de
frequências que se alternam, interagindo entre si e fluindo em processos
diversos que possam gerar consciência para os envolvidos. Como cada indivíduo
tem percepções de acordo com seus níveis de consciência, conflitos são
inevitáveis por serem choques de consciência, mas podem ser convertidos em
lições a não serem ignoradas, em exercícios de amor e paciência, em mudança
intencional de percepção pela ressignificação dos fatos, em transcendência
emocional individual, em oportunidades de reconstrução da paz e pela reconexão
com os movimentos de vida mais proativos possíveis. Por isso, aceitar e ver a realidade
como ela é torna-se bandeira branca em qualquer mesa de negociação com resistência.
A vida se ajusta por si mesma sempre que removemos a razão e a emoção e as
trocamos por gotas de consciência.
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