É fácil perceber como a
mente não sabe ser assertiva. Ela adora fazer curvas, conclamar alucinações,
racionalizar emoções, criar teorias fantasiosas, adicionar pitadas de
distorções para sustentar dramas e para escapar do próprio tédio, além de reciclar
o passado para nos vender o futuro. Ela não quer a resposta, quer construir e
impor seu ponto de vista com o apoio do ego. Sempre que possível, inserir gotas
ou tsunamis de medo, ansiedade, vulnerabilidade, raiva. Se o drama construído
for demasiado grande, usará a emocionalidade dos apegos para desaguar em ataques
pessoais, tragédia, feminicídio, suicídio, racismo. A alma nunca mata o corpo,
é a mente que o faz por não compreender propósitos mais elevados. A alma nunca
entra em depressão, é a mente que sustenta e agrava estados existenciais
depressivos para impedir a consciência de se desenvolver, pois a teme. Sim, a
mente também tem medo. A alma nunca tem a limitação do corpo físico, a mente é
que se vale das limitações perceptivas do indivíduo para cultivar
impossibilidades. Está aí a existência dos Jogos Paraolímpicos para confirmar o
que acontece quando não levamos a mente tão a sério. A mente quer interromper a
agonia, a Alma cuida das entradas e saídas energéticas do corpo como o
tesoureiro cuida das dívidas e recebimentos. O tesoureiro não é dono do
dinheiro, a Alma não é dona da energia, nem a mente. Não é a pessoa um Ser
ignorante, é a estrutura da mente coletiva da espécie que o é. Vide mundo ao
nosso redor. Diante de tamanha limitação da mente, compreendemos o motivo dela
não saber ser assertiva e sair pelo mundo afora dando tiros de insanidade.
Diante deste fato consumado, só nos resta começar a abraçar estados de
consciência mais realizadores.
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