Basta este exemplo para
compreendermos o significado de distorção de pensamentos e de percepções na
mente humana. Olhando apenas para a realidade dos fatos, casos de contaminação
ou mortes sobem e descem constantemente, independente de nossas argumentações.
O campo cognitivo, intelectual ou racional é diferente do campo prático, onde
conflitos são construídos justamente pelas percepções opostas, tal qual o
pêndulo de um relógio antigo de parede. Sobem, descem, sobem, descem, até que
um dia cessam, se não houver distorções. O que vimos na sociedade, no entanto,
foi a politização brasileira da crise sanitária, onde os políticos sequestraram
o poder de conduzir nossas decisões para dominar o fluxo do dinheiro público.
Tal politização, jamais seria possível sem distorções de percepção, ampliando
os extremos das argumentações. De um lado, a visão catastrófica e distorcida
sustentada pela mídia e pelos políticos de oposição. Do outro, a visão
minimizadora e distorcida sustentada pelo governo de plantão. Em nossas vidas,
isso também acontece, em todas as áreas de atuação e interação humanas. Ou
exageramos ou negamos a realidade dos fatos, exatamente por intuirmos que nem
tudo que é real é verdadeiro. Construímos conflitos, debates insanos, narrativas
vitimistas, acusações sem provas, tudo pela necessidade egóica de atenção
pessoal e de atendimento de nossas necessidades básicas, doa a quem doer,
quando apenas decidimos acreditar em nossas construções mentais. Casamentos são
desfeitos, sociedades comerciais são rompidas, rupturas desmancham amizades,
mal entendidos se alastram feito fogo em mata seca, rompimentos rasgam o tecido
social, crenças são deturpadas e vulneráveis são manipulados por
aproveitadores. Portanto, todas as distorções existentes precisam ser
denunciadas com intensidade, até que estas duas polaridades desfaleçam na
própria ignorância.
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