quinta-feira, 26 de setembro de 2019

NA HORA DA TEMPESTADE



Quando os ânimos se exaltam, a discussão se inflama, as palavras viram facas, quando a raiva descontrola e cega a pessoa, não é a melhor hora para tomar decisões. Na hora do estresse os hormônios do corpo se descarregam na corrente sanguínea, alteram as funções cerebrais e ativam o sistema reptiliano mais arcaico e territorial de todos, levando a pessoa a atitudes impensadas com consequências sérias. Neste momento o corpo ativou o sistema de defesa correr-ou-lutar.

Quando se está sob estresse elevado não é hora de aprender novas maneiras de atuar, de criar ou de ser criativo para encontrar soluções adequadas, de confiar em quem ainda não perdeu a razão e tenta ajudar, de abrir o coração para se acalmar e reconsiderar a situação sob outros olhares menos beligerantes. Não dá para fazer as pazes neste clímax. A pessoa estressada reduz o foco de atenção, convergindo-o apenas para o ponto que considera ameaçador, seja ameaça real ou aparente, por causa dos hormônios liberados. Assim ela reduz a própria capacidade de entendimento da circunstância. A discussão deixa de ser cognitiva e passa a ser hormonal, ou seja, o corpo sequestra o comando para si e diz à mente o que falar e fazer.

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