Tudo o que acontece longe dos nossos olhos incorre em nosso julgamento pela falta de provas, bem como pelo vício em tirar conclusões apressadas. Agravado por uma possível insegurança pessoal e sustentado por notícias indevidas ou fofocas ao vento, o que não vimos não nos viu por perto mas de certa forma nos alcançou um dia. O negócio das palavras é lucrativo para o mal.
Porém, aquilo que se repete e denuncia que onde há fumaça há fogo, ainda mexe com nossa vontade de evitar a verdade para justificar o apoio que demos àquela causa perdida e revelada agora em público. No entanto, ao continuar negando o fato e o evento, ao insistirmos em justificar nós perdemos crédito. Se demorarmo-nos a reconhecer o erro de outrem, estaremos enviando a mensagem sutil de que fizemos parte da bandalheira e comungamos a mesma falta de valores. Se fugirmos do assunto, escondendo-nos em banheiro, enviaremos a mensagem clara de que não sabemos o que fazer com quem pode nos comprometer futuramente. É por isso que vovó já dizia “Diga-me com quem andas que eu te direi quem és”. Se deixarmos a poeira abaixar, confiando na pobre memória popular, estaremos nos diminuindo também diante da altivez própria de grandes personagens da comédia humana. O escondido e o oculto mesclam comédia e tragédia na mesma panela social.
Quem não pensa é pensado. Quem não decide, deixa que outros decidam por ele. Quem não questiona come gato por lebre. Quem se omite, faz parte de uma mentira alheia. Assim é o território das falácias políticas. O povo brasileiro nunca definiu se a política é ou não é uma profissão. Se for, deve seguir direitos e deveres, não apenas direitos, deve obedecer leis e se subordinar ao sistema democrático vigente, não podendo aumentar os próprios salários ao bel prazer, devendo prestar contas à sociedade que o elegeu, devendo renunciar ao seu mandato se não tiver condições de cumprir o que prometeu. Isso é possível? Sim, apenas em países evoluidos, onde impera a educação.
Falta muitas coisas para o Brasil se firmar como país do primeiro mundo, já que sua classe política prefere permanecer na terceira categoria de indivíduos que se enriquecem com o dinheiro público e o povo que se dane. É propaganda política, mentira governamental, vender um céu de brigadeiro quando a cúpula de seu comando têm as cores do inferno. Por isso vovó também já dizia “O pior cego é aquele povo que não quer enxergar”.
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