terça-feira, 16 de agosto de 2011

AS ONDAS

As pessoas do mundo atual precisam aprender a surfar se quiserem sobreviver sem muitos arranhões. Tudo parece muito agitado, inseguro, imprevisível, desagradável, arriscado, ameaçador, agressivo, estressante. Tudo parece indesejado como se não mais tivéssemos escolhas, dentro de um mar de vulnerabilidades. Sim, a vulnerabilidade humana está se despontando no alvorecer de um novo dia.
O surfista equilibra alguma estabilidade sobre a prancha, mas na verdade apenas responde intuitivamente ao balanço das ondas gigantescas. É o mar quem traça seu destino e resta ao surfista fazer parte dele, fluir com ele, deixar-se ser levado até aonde o mar quiser. No mundo conturbado de hoje, estabilidade é utopia. A família é instável, os governos são instáveis no meio de numerosas crises, a sociedade vive de maneira instável neste período gigantesco de transição, a economia mundial se desestabiliza diariamente com novos desafios de crédito, a natureza torna-se imprevisível e instável diante de tamanha agressão aos seus limites. Ao que parece, a Terra passa por um período de maré alta.
Quem não souber decodificar seus movimentos de vida correrá o risco de ser derrubado pelas ondas. Quem não compreender que a aceleração de pensamentos e o turbilhão de emoções inesperadas equivalem às ondas, entrará em colapso existencial. Quem se identificar com toda esta turbulência vai se fragmentar em mil pedaços em nome da razão, uma vez que não existe lógica no tamanho das ondas que surgem repentinamente à sua frente. A prancha nos lembra de que é preciso aprender a relaxar e a nos entregar ao mar, sem que isso comprometa nossa vida, ao contrário, para garanti-la nos momentos de perigo. A prancha é o dia de hoje e ela se encontra mais próxima de sua cabeça do que você imagina. Se as ondas mostrarem um túnel de solução, não questione. Siga os impulsos positivos sem passar pela mente questionadora.  A questão em tempos assim não é saber nadar, mas sim saber surfar.

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