“Não há motivos para festa”
já dizia o velho cantor latino-americano sem dinheiro no banco. Não há por quem
sorrir se até os dentes nos estão tirando para rirmos atoa, depois que nossa
dignidade foi pendurada nos varais com mil remendos. No entanto, pessoas que
não são mais Pessoas continuam aplaudindo a guilhotina em praça pública,
povoando seus muros com cercas restantes do holocausto tupiniquim, fumando os
dias que terminam em bitucas, tomando cerveja como se fosse oxigênio no
pronto-socorro da esquina. Se fosse vivo, duvido que Belchior cantasse algo
diferente do que cantava, embora todas as suas letras tomassem novo destinatário
nos dias de hoje. Já nem sei mais o que dizer das letras famosas de Chico Buarque.
Nenhum comentário:
Postar um comentário