Se eu fosse um livro,
mostraria ao mundo minha capa ou autoimagem preferida, meu título ou assunto
que mais domino em conhecimento e meu tema ou propósito de vida. Pediria a Deus
para escrever o prefácio, passando ao Leitor toda a minha credibilidade para
ajudar na construção de um mundo melhor. Dividiria os capítulos em dois,
descrevendo com maestria minhas lutas internas para caminhar sobre a linha
tênue da dualidade existencial, entre o que vivi e em quem me tornei após viver
tais experiências. Daria títulos curiosos aos capítulos, sabedor do poder da
criatividade e da curiosidade em minhas escolhas. O enredo ou plot se resumiria
na força do imprevisível, na remoção dos obstáculos do amor, na mobilidade das
ideias nobres e na alegria de viver. Daria aos meus verdadeiros amigos, todo o
espaço necessário para transformar personagens secundários em protagonistas da
unicidade. Compartilharia, com todos, as gotas de sabedoria que um dia
germinaram minhas palavras e grudaram nas páginas da vida com as tintas da
compaixão. Jamais daria um fim com ponto final, pois a vida continua nos
próximos dias e décadas. Se eu fosse um livro, acreditaria finalmente que já
nasci livro, cresci narrativas e morrerei memórias póstumas de alguém que vive
para sempre.
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