A conta não fecha, nem
para nós nem para Narciso. É mais fácil nos atender e nos amar do que aos
outros. O amor é matemático na nascente. O egoismo nunca estudou matemática,
por isso se perde naquilo que não pode quantificar. O amor precisa de todas as
operações matemáticas, de todas as conjugações verbais, de todas as regras
gramaticais. Parece complicado aos olhos de Narciso ter que se desdobrar para
manifestar algo, ter que se diminuir para alcançar o que ainda não nos validou,
ter que somar para transcender as expectativas. Por isso o espelho. Por isso a
solidão no espelho. Por isso o fascínio do espelho onde a realidade foi
amedrontada.
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