Ele já perdeu propósito
e função. Teima em existir, pois que dele a morte se esquece. Habita não
lugares, livros de sebo e pergaminho, trajetos repetitivos de quem parou de
correr. Conhece quem teve e quem perdeu importância, insistindo em lembrá-los
para ser relevante. Mal sabe que está desatualizado de futuro. Tem cheiro de
ranço e ruinas, traços desencontrados, formas congeladas e gritos roucos.
Apenas os Acadêmicos e os viciados em desalento o convocam para reuniões
diárias. Bem que ele tenta sugar a vida que nos resta, ainda que a pressa o
afaste rudemente. O passado é um parasita. Conhece o poder das distrações e
promete reviver tudo com a mesma intensidade de outrora. Engana-se e nos engana
também.
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