Na casa de minha irmã tem café aromoso e guloseimas de
fazer qualquer um quebrar sua dieta médica. Arte culinária é sua marca
registrada. Não falta atenção e carinho, mas ela repete constantemente que não
se faz mais visitas, já foi o tempo em que conhecidos e amigos se visitavam
para horas de conversa agradável. Tudo mudou. O celular tomou posse das
cabeças, a frieza afetiva tomou conta dos corações. Ai daqueles que ousam
perguntar “como vai você”. Ouvem logo um desfiladeiro de sintomas, consultas
desperdiçadas, remédios ineficientes, uma chuva de pessimismo semelhante à água
das descargas. Pessoas perderam a alegria do convívio saudável, o valor das
risadas soltas, o interesse pela existência dos outros, as notícias divertidas,
os causos atrapalhados, as estórias de final feliz. Trocam logo de assunto por
algo mais macabro. Conviver deixou de ser algo natural e transformou-se em arte
para poucos. Que pena!
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