Se eu quiser falar com o “EU”,
tenho que silenciar,
abrir mão da preferência,
dos desejos ausentar,
da palavra abster,
os sentidos reduzir,
o conceito demolir,
pra semente germinar.
Se eu quiser calar o “EU”,
tenho que me duvidar,
consumir o tempo e o espaço,
pra razão se dispersar,
o presente diluir,
a espera fenecer,
o vazio aparecer,
o futuro exterminar.
A semente não tem pés,
e atravessa o Mar Vermelho,
desconhece a Moisés,
segue a fé sem seus conselhos,
junta os animais em par,
pelas ordens de Noé,
atravessa o Evangelho
e aterrissa em alto mar,
segue rumo à luz do Sol,
brota o fruto amarelo,
bota o tempo nos chinelos
e ilumina o caminhar.
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