Juntas estão as mãos na oração, juntos os lábios também.
Juntas estão as pétalas da flor, juntos os
ingredientes da receita.
Juntas estão as cidades da Nação, juntos os vagões do trem.
Juntas estão as asas do condor, juntos os frutos da
colheita.
Mas quando se trata do escritor,
E do poema que brota palavras
Algumas se juntam por amor
Para andar juntas na página
Algumas se amarram de ardor
E outras se atam silábicas
Pois quando se trata do autor
ele arrisca separá-las
por ponto final e vírgulas,
por frases quase mágicas.
Mas eis que surge um cantor
Dotado de irreverências
Que liberta muitas palavras
Pra andarem sós de ausência
E elas ganham sentido
Até quando se isolam,
Se atrevem a fazer ruídos
mandando a junção embora.
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