Se a vida fosse comparada a uma peregrinação, tipo
caminhadas à Aparecida do Norte ou Caminhos de Santiago, o caminhante partiria
de um desejo forte de alcançar algo que lhe parece de fundamental importância,
podendo tanto ser algo abstrato quanto concreto. Energias são acumuladas ou
reunidas para realizar tal desejo, recursos são buscados ou reciclados,
pensamentos são lançados na fogueira da fé num Deus interior, cegando outras
possibilidades para que se atinja o objetivo final. Sem perceber, o peregrino da
vida retira-se do momento presente em busca de um momento futuro, lançando
sobre si uma malha de dificuldades a superar. As bolhas de água nos pés
cansados agem como mandingas, um peso extra para lhe desvencilhar do propósito
inicial. É a vida que segue, não é o peregrino. Sem ele na estrada, a vida
continua. Só ele não percebe.
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