Se tudo o que falássemos,
ganhasse um sinal de interrogação antes de ser pronunciado, o silêncio seria
nossa maior riqueza, diante da constatação de que nem sempre falamos a verdade
crua e simples. Por trás de cada palavra pronunciada tem sempre algo escondido,
mal compreendido, um pé atrás, um erro de tradução, uma criança interior
carente, um adolescente rebelde, um jovem inseguro ou um adulto perdido. Como
palavras são símbolos individuais, a fala coletiva se confunde e se conflitua
abundantemente. Trocamos os sinais de interrogação por certezas erradas,
afirmações distorcidas, agressões de causas inconscientes, não nos dando conta
dos ruídos de comunicação e seus impactos na construção de nossa felicidade.
Felizes os silenciosos que fizeram do sinal de interrogação uma ferramenta de
prudência e trabalho interior. Felizes os silenciosos, pois serão mansos e
sábios de coração.
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