domingo, 28 de julho de 2024

PARA O BOM ENTENDEDOR

 

Às vezes canta, às vezes sangra,

mas sempre ama sem nada pedir

Se rende a coisas tão banais,

Se prende a fotos tão cruéis

Corre no sangue sem me perseguir

 

No tempo em que haviam cartas

A guilhotina errou de coração

Calou demais, deixou passar

não leu sinais, não viu nascer

Se fez ausente na imensidão

 

Às vezes morre, às vezes pulsa,

Finge brincar de estar no hospital

Estão artérias todas as veias

Cabelos brancos, agenda cheia

Diz que eu virei pedra e cristal


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