SOMOS TODOS ATLETAS

 

Uma coisa é quem você é, a capacidade e o limite que seu corpo consegue executar. Outra coisa é o seu sonho, seu desejo aplicado com dedicação e esforço sobre humano. Outra coisa é o território político que favorece alguns, bloqueia outros, atende aos interesses financeiros e dá espaço aos poderosos acima dos lutadores. A vida de um atleta profissional é complexa e nem sempre reflete o que acontece nos bastidores. A competição vem de todos os lados, todos os ângulos, o suor vem de muitos, mas o aprendizado e a consciência de quem entende o que se passa pode ajudar a todos, atletas e torcedores. São os valores e crenças de todos que irão se manifestar, tecendo uma colcha de retalhos, revelando a diversidade de intenções e de comportamentos que povoam a mente humana na busca pelo sucesso.

COMO COMBATER A ANSIEDADE PELA RAIZ

 

Onde existe reatividade ou reação de nossa parte, existe ansiedade. Ao lermos uma situação e concluirmos que ela tem potencial desafiador, por faltar preparo ou conhecimento, tendemos ao exagero com pensamentos desastrosos e pessimistas, quando em realidade, conseguimos alcançar mais uma oportunidade de aprender a priorizar e a buscar recursos internos. O exagero mental vem dos nossos posicionamentos, calcados em opiniões rígidas, os quais criam uma narrativa fixa e repetitiva, a qual nos afasta da verdade. Podemos sim, por opção consciente, reduzir nossa exposição à reação emocional dos outros e, ao mesmo tempo, sermos menos reacionários. Eliminou a reação, reduziu drasticamente a ansiedade.

O PESO DA REALIDADE (5)

 

Primeiro a gente acredita, assim fomos treinados, depois a gente argumenta, se der tempo mais tarde a gente questiona e, se tivermos olhos para abrir na criatividade, mudaremos a realidade encontrada. Enquanto isso não acontece, a gente se olha no espelho e acredita que somos aquela imagem, sem levar em consideração tudo o mais que abraça nossa consciência, nossas experiências, nossas percepções, nossa alma e essência, nossas memórias, nossos desejos. A gente desiste daquilo que não entende, mas obedece a aquilo que nos faz sofrer, pois nos identificamos com a imagem no espelho, com toda a simbologia de espelho e de self, com o mundo externo que nos força a aceitar os recortes culturais sobre self e sobre espelho. Tanto as crenças quanto nossa resistência se tornam pesos para aceitar a realidade como ela é.

O PESO DA REALIDADE (4)

 

Se até mesmo os cientistas resistem a dar novos passos, apegando-se a teorias e teoremas por uma fé cega no que se repete experimentalmente em laboratório, se até os religiosos resistem a ampliar suas visões sobre o que seja espiritualidade em nome de dogmas estabelecidos por homens limitados, se até a natureza resiste em sustentar a vida de suas espécies ao troca-las por outras via extinção, o que dizer de um simples cidadão diante da complexidade do mundo em que vive. A verdade tenta nos revelar que nada é real, que nada é possuído, nada é fixo se olharmos o horizonte apenas com olhos humanos, mas a natureza não quer que saibamos a verdade. Há que se expandir o pensamento sem censuras, sem fronteiras, sem resistências, se quisermos acessar novas realidades mais próximas da verdade do universo.

O PESO DA REALIDADE (3)

 

Acumulamos tantas informações na atualidade que, sem nos dar conta, estamos apagando informações vitais e ocupando espaços com informações triviais, como se tivéssemos avançado demais sem estar preparados para novas realidades. Há uma inversão de valores, justamente por causa deste apagão coletivo das verdades do universo e das experiências da história das civilizações. Validamos a estupidez, a hipocrisia, a mentira, a agressividade, a destruição gratuita de reputação daqueles que não concordam conosco, a ignorância e a censura, enquanto nos deixamos ser triturados pelo liquidificador das agendas ocultas. O resultado é uma realidade pesada, uma ameaça à sobrevivência planetária, uma disfunção apocalíptica das emoções e dos hábitos, um novo dicionário feito apenas com perguntas sem resposta.

 

O PESO DA REALIDADE (2)

 

Quem não quer enxergar a realidade, como ela é, vai viver na ilusão, vai cultivar mentiras como se fossem pérolas, vai prosperar inimigos por todos os cantos, vai se afastar da verdade e se agarrar a boatos e fake news como um afogado se agarra a tudo que passa por perto. Quem não quer enxergar a realidade como ela é, age como aquela pessoa que vê uma corda, pensa ser uma cobra, descarrega adrenalina e cortisol, entra em pânico, sai correndo, espalha medo a quem se aproximar, seca a boca, dispara o coração, arregala os olhos e acredita no que imaginou ter visto, como se fosse verdade. O querer está acima do saber para quem não se dá ao luxo de pensar por si mesmo e não investiga com imparcialidade as afirmações de outras pessoas que também não querem enxergar a realidade como ela é.

O PESO DA REALIDADE (1)

 

Ver a realidade, como ela é, já é difícil, imagina ver a verdade. A gente enxerga apenas o que quer enxergar, a gente confirma apenas o que acredita, a gente fala coisas diferentes do que pensa, a gente pensa coisas que não devia. Nadamos num mar de contradições, de simulações, de distorções, de desejos inconscientes e nunca tiramos um tempo apenas para observar sem opinar. Repetimos afirmações, jamais investigadas, pelo simples prazer de opinar, mesmo quando não conseguimos formar a própria opinião. Tecemos a realidade possível, sonhando com realidades impossíveis, mesmo acreditando que nada é impossível. Buscamos aprovação dos outros e, quando não encontramos, cedemos pela carência de pertencer a algo ou a alguém. Geramos descontentamento por não aceitarmos a realidade como ela é e, consequentemente, deixamos de nos aceitar como somos. Esta, sim, é a mais dura entre tantas realidades.

CONSELHOS DE VOVÓ MODERNA (5)

 

 

Tudo pode ser diferente e vou receber o novo por de sol, o novo sorriso, a nova informação, a nova mudança, como se fossem visitas a quem muito prezo com respeito e carinho, pois o velho emocional já teve o seu tempo. Não sou velha, sou viva. Sou garrafa cheia de néctar, sou mangueira de mangas graúdas, sou canto de pássaro tranquilo. Para não ser insegura, eu me seguro na aceitação e na certeza absoluta de que tudo passa. O medo e o “não” eu já conheço, agora quero conhecer o meu “sim eterno à vida” e escrever uma estória com final de pura gratidão ou uma estória sem finais. Podem me chamar de moderninha que eu não ligo. Estou antenada como vocês.

 

CONSELHOS DE VOVÓ MODERNA (4)

 

Meu trabalho interior não pode parar por causa da minha idade. Ele continua pelo desejo forte de ser eu mesma, passando pela autoestima de resgatar o presente que Deus me deu de estar viva e ser única neste mundo, sem necessidade de me comparar com outras pessoas, sem necessidade de beber da água velha.  Eu não preciso me abandonar à própria sorte, eu dirijo o meu automóvel, escolho quem vai estar no banco de passageiro do destino, eu compartilho a paisagem com quem me ajuda a ser alegre, eu escuto meus passageiros por educação e por consideração sem me alienar, eu me incluo nas equações e na matemática da vida. Se ainda respiro é porque estou viva. Se estou viva é porque ainda tenho função. Se tenho função, não posso me atrasar. Batom na boca e coragem nos olhos.

CONSELHOS DE VOVÓ MODERNA (3)

 

Eu tomo consciência de quando estou autossabotando as coisas boas que o universo me concede...eu fecho a porta dos fundos, a porta do passado, e tomo posse da chave da porta da frente para entrar mais alegrias. O sofrimento não é bonito, é doloroso, e posso troca-lo pelo amor, pelas alegrias, pela felicidade, pela liberdade de escolha, pela esperança, pela construção diária da felicidade. A esperança me energiza, me devolve à vida, aliada à liberdade ela me coloca pra frente com brilho no olhar e pés no chão quando algo não vai bem.  Eu sou a minha melhor autorizadora na vida, eu me autorizo a ser real, a ser eu mesma.........eu presto atenção aos movimentos limitados do meu corpo e às minhas emoções e procuro separar as coisas antes que se tornem elementos de autossabotagem no relacionamento.

 

CONSELHOS DE VOVÓ MODERNA (2)

 

Eu escolho a todo instante, não importa minha idade, só não tenho consciência o tempo todo de que seja escolha, mas não preciso me abrir constantemente para críticas dos mais novos, e posso delimitar meu terreno emocional, permitindo que nele só entre o que me faz bem ou me permite ser eu mesma. Eu me empodero ao valorizar minhas escolhas sem medo de errar ou de discordar de minha mãe emocional. Muito viví para não ter aprendido nada. Depois de tantas experiências, os outros não tem mais culpa de nada, pois eu assumo responsabilidade por minhas escolhas e pensamentos com maturidade e um pouco de sabedoria que o tempo me emprestou. Meu dia de hoje vai ser o que eu pensei ontem e hoje, portanto se eu voltar a ser eu mesma e abraçar as novas oportunidades, estarei pronta para cada desafio do momento presente.

CONSELHOS DE VOVÓ MODERNA (1)

 

O passado não existe em mim. Hoje ele existe apenas como pensamentos e memória, e não tem o direito de guiar meu presente ou meu destino. Eu libertei o passado das gerações anteriores, pela prática do perdão, quando me sentí pronta a perdoar e viver com mais qualidade de vida. Hoje sei que eu não preciso me isolar, como punição ao não lutar pela minha liberdade no passado. Eu não preciso monitorar minha família e posso dar a eles o tempo de silêncio que eles necessitam, para viverem a própria experiência. Meu passado não pode ser minha única referência de vida, pois o presente é novo e me convida ao aprendizado constante.  Eu não preciso fazer tragédia onde o entendimento não se fizer presente, pois a vida não é para ser explicada, é para ser vivida.

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (10)

 

Mesmo sendo difícil conhecer a si mesmo, esta tarefa é fundamental para a realização pessoal. Só nos sentimos vivos quando damos função à nossa existência, mas esta função não pode ser um arremedo de serviços familiares ou comunitários, não pode se resumir em ajudar o mundo por obrigatoriedade ou visando algo em troca. Até a função precisa ter propósitos e só encontra propósito na própria vida quem se conhece bem. Só se sente bem quem se conhece bem, quem se sente confortável na própria pele, quem se vê como um mestre em treinamento. Se retirarmos de nós as influências do mundo, os condicionamentos familiares, as cobranças internas, as crenças recebidas e emoções compartilhadas com medo e insegurança, o que sobrar será algo bem pertinho do que realmente somos.

 

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (9)

 

Quem sabota a própria vida, não precisa de inimigos. A autossabotagem equivale ao motorista de ônibus lotado que, aproximando-se do destino, dá meia volta ao concluir que a estrada está interditada a alguns km dali por um suposto acidente. Sabota-se a alimentação, o gerenciamento do tempo, o acúmulo de responsabilidades, as relações amorosas, as finanças, a profissão e o emprego. Sabota-se o descanso físico e mental, a aparência, a estima pessoal, a saúde, as necessidades básicas, as oportunidades de um futuro melhor. Autossabotagem é engatar a marcha ré sem motivo aparente. Desnecessário dizer que, o auto sabotador, prefere dirigir a vida dos outros para se sentir significante. Impossível conhecer a si mesmo quem sabota o autoconhecimento em troca de migalhas.

 

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (8)

 

Doenças psicossomáticas ou desequilíbrios hormonais também bloqueiam o autoconhecimento. Emoções avassaladoras podem ser resultado bioquímico, aumentando a sensação de estranheza em relação ao próprio corpo e à própria pessoa que habita aquele corpo. Vem acompanhadas de uma ligeira tendência de culpar-se por não conseguir controlar o que não se controla, um choro incontido em praça pública, uma crise existencial sem esperança de acabar. Se evoluírem, podem expressar agressividade ou apatia. Se trabalhadas com ajuda profissional podem encontrar sossego ou até mesmo um relacionamento a dois. Enquanto não compreender que não somos nossas emoções, haverá estresse e aflição.

 

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (7)

 

A vida tem seus momentos de se encontrar nos lugares certos, de se expressar com autonomia, de andar com clareza na mente e passos firmes no chão, tem seu território familiar como porto seguro, mas nem sempre é assim. Nos casos em que dinâmicas disfuncionais comprometem a existência individual, ocorre troca de papeis. O marido passa a ser filho da esposa codependente. O filho passa a ser o cuidador financeiro dos pais limitados. A esposa passa a ser a enfermeira do marido que não lhe ama mais. A filha passa a ser um estranho no ninho para substituir a irmã falecida. Torna-se impossível conhecer a si mesmo sob estas circunstâncias forçadas. Percorre-se um calvário particular ao ter que conviver com emoções sem raiz aparente, ao carregar a cruz de outras pessoas.

 

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (6)

 

Distancia de si mesmo quem busca se comparar com outras pessoas de sucesso, quem busca por pessoas privilegiadas por status financeiro ou por beleza plástica. O jardim não tem preferência, apenas realiza sua missão de florescer, perfumando, encantando, acolhendo, transmutando, não importa a estação climática, permanecendo quem ele é. Distancia de si mesmo quem deseja ter o que o outro tem, quem deseja ser o que o outro é, sem levar em conta a própria originalidade natural. Uma cópia xerox não convence a ninguém, tem pouco valor e ainda que autenticada será sempre uma cópia. Pior do que distanciar de si é perder-se de si pela imitação daquilo que nunca se revela inteiramente, ou daquilo que esconde seus defeitos para manter uma imagem falsa diante dos bajuladores também perdidos de si. Comparação é inimiga do autoconhecimento.

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (5)

 

Não é fácil SE conhecer porque além das dúvidas, das teorias sabidas ou lidas, do feedback das pessoas, do vivenciado internamente, das alucinações inconsequentes, das expectativas, das interpretações distorcidas e do efeito torrencial das emoções, podemos adicionar a esta multidão de fatores a participação do inconsciente. Se há tanta coisa inconsciente, resta-nos observar com coragem o que está escondido em nossas palavras e em nossa inércia, em nossas crenças e em nossa resistência. Sem envolvimento emocional, a auto observação pode resultar em auto avaliação satisfatória, ao desvendar cortinas que escondiam nosso verdadeiro potencial de superação.

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (4)

 

Quando se nutre a dúvida, as perguntas são o resultado da confusão. Perguntas erradas e fora de contexto, perguntas distorcidas e cheias de mágoas, perguntas que não nos levam a nada, surgem e pipocam em nossos dias, desenhando no espelho embaçado uma caricatura do que pensamos ser. Trocar de perguntas ou diminui-las, seria mais sábio e producente. Uma pergunta inteligente vale mais do que mil perguntas aleatórias. Saber que se pode investigar algo sem fazer perguntas é delicioso, desafiador, leve, divertido. A gente faz uma afirmação e a desconstrói imediatamente, intencionalmente. Eu sou isso, não é bem assim. Eu sou aquilo, de jeito nenhum. Eu sou isso, mas não é o que parece. Investigação é uma diversão.

 

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (3)

 

 

Dentro do quadro de confusão, abre-se a porta aos conflitos internos, diante da impossibilidade de se comunicar os sentimentos e pensamentos sem brigas, pois o foco não é mais o entendimento e sim a vontade de se estar certo, onde a tal necessidade de estar certo se confundiu com rejeição. Esta confusão impede uma autoavaliação correta, introduzindo na equação a baixa estima, palavras de desencorajamento, tédio de se relacionar com pessoas irritantes que não nos compreendem, desânimo de continuar, isolamento voluntário e busca por distrações insignificantes. A autoavaliação se afastou de vez da realidade observada.

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (2)

 

A maneira fixa e repetitiva como enxergamos fatos e pessoas, contribui para a repetição de erros, uma vez que tudo se move em direções diversas e cria em nós alguns pontos cegos, algumas barreiras que impedem nossa leitura real para dar passos em novos rumos e também gera uma quantidade de expectativas irreais. Comprometendo nossas interações, mal sabemos lidar com os sentimentos próprios. Nossas respostas aos estímulos externos se emaranham em dúvidas internas, com insatisfação pela falta de resultados. O pensamento rouba a lucidez das emoções e torna-se protagonista das tribulações.

NÃO É FÁCIL CONHECER A SI MESMO (1)

 

Como é cansativo e frustrante nos vermos repetindo erros e comportamentos indesejados. É como se a gente não se amasse, não se adaptasse mais ao próprio corpo que carregamos, como se a gente não se ouvisse. Todas as vezes que uma pessoa se pega repetindo padrões de pensamento e comportamento, mesmo com plena consciência do fazer sem saber o motivo, deve se levar em conta a abordagem usada, o tipo de auto avaliação, as perguntas erradas que não produzem respostas satisfatórias, a recompensa inconsciente esperada, as comparações com outras pessoas mais realizadas, as trocas de papeis, os distúrbios hormonais e a autossabotagem.

 

BEDUÍNOS

 

Somos beduínos nesta existência e nossa vida é deserto. Alguns nascem perto do oásis, outros longe, alguns o procuram, outros nem sabem que ele existe, mas todos criamos miragens. Cabe a cada um ser protagonista da própria vida e sair das regiões inóspitas que o destino prepara, buscar abrigo contra as tempestades de areia, proteger-se contra o frio noturno das emoções e o calor constante dos pensamentos. Todo beduíno nasceu livre e dotado com o poder das escolhas, portanto, são as miragens que podem se transformar em sonhos, os sonhos podem se transformar em ação e as ações podem se transformar em verdes pastagens de prosperidade. Ser beduíno é decidir entre o conformismo e a caminhada.

 

 

OBSTINAÇÃO

 

Há uma grande diferença entre obsessão e obstinação. Embora estas duas atitudes sofram pelo apego à uma ideia fixa, obsessão permanece apenas no plano teórico, ao ter a própria mente consumida por um pensamento que mais cega do que abre portas, conduzindo ao erro e à inércia. A obsessão é uma autocobrança, um sentimento de obrigatoriedade, um combustível para a ambição negativa. Já a obstinação é um comportamento que se alia à tenacidade, à musculatura da vontade de agir até conseguir uma luz, uma solução ou resolução daquilo que se tornou seu norte de vida. O obstinado segue em frente buscando recursos e novas maneiras de chegar aonde pretende. Aos olhos dos outros, o obcecado é um doente desequilibrado e o obstinado é um teimoso. O obstinado está apenas aprendendo o que é a perseverança.

 

SER MÃE

 

Sendo homem, nunca saberei o que é ser mãe, mas sou filho. Sendo filho, frequentei a escola do amor maior ao lado de minha mãe. Sendo filho, escutei-a falar com a própria barriga e lhe dava respostas vibrantes. Sendo filho, escutei-a cantar com voz de calmante, enquanto eu flutuava em seus mares de aconchego. Lá de dentro eu imaginava a grandeza dela, maior do que a constelação familiar a qual sempre pertenceu, maior do que a própria natureza. Mal sabia que ser mãe é engravidar-se do mundo, engravidar-se de tudo o que seus filhos irão viver um dia, pois as mães desconhecem fronteiras. Já sabia, no entanto, que as mães lembram Deus aos homens, sabia sentindo. Hoje, estou grávido de minha própria mãe, já que ela nos deixou fisicamente, e para ela escrevo estas palavras que percorrerão universos até serem recolhidas em seu colo celestial.

Meu grande abraço a todas as Mamães...

NOVA ABORDAGEM, NOVA PERCEPÇÃO

 

A cada desafio que desponta em nosso horizonte, respondemos com perguntas e posturas de defesa automática, pois assim nos foi ensinado pela natureza. No entanto, aprendemos com experiências, substituímos percepções por outras realidades e abdicamos de algumas realidades por outras percepções. Se soubéssemos que podemos fazer diferente já de início, os desafios se tornariam nossos amigos íntimos e ferramentas de empoderamento. A mesma empatia que nasceria desta mudança de percepção, se estenderia também aos demais, ampliando nossa capacidade de conexão e comunicação. Quanto maiores os desafios, maior seria nossa perseverança dentro desta nova ótica. Podemos tentar diferente, assim que surgir nosso próximo desafio.

 

 

HUMANOS HUMANIZADOS

 

Olhar para a própria dor é treinamento para aceitarmos a maior realidade dentre todas, a de que somos imperfeitos, tortos, vulneráveis, passíveis de sentimentos tristes e frustrados. Quem não aceita a maior realidade, jamais aceitará as pequenas que se apresentam como sentimentos diários. Quem ostenta felicidade e positivismo sem esta consciência, acaba afastando de si pessoas reais, caindo num mundo de fantasia mental, onde se explicam sentimentos no lugar de senti-los. Mais importante do que entender o que está ocorrendo conosco é expressar quem somos, o que sentimos com algumas experiências e em quem nos tornamos após vivenciá-las. Isso sim é humanizar os humanos.

DESEJO E SENTIDO

 

Assim como a felicidade não acontece todos os dias da vida, mas existe, assim também o sentido da vida não precisa ser único e constante, podendo ser alterado ou mudado em diferentes fases da vida. Quem vai tomar consciência do sentido atual da vida é o observador da própria criatividade. Quem está feliz, não é feliz por ter alcançado algo, mas sim por estar engajado em alguma busca e missão prazerosa que adiciona alegria e tristezas a todos os dias de sua vida, em doses diferentes. Quem deu sentido para sua existência, encontrou, no ato criativo, a própria recompensa de se tornar útil e vibrante em tudo o que fizer, com propósitos maiores do que a energia pessoal do desejo. Não existe felicidade sem consciência dos processos naturais e nem existe sentido da vida sem criatividade.

 

COMPARAR COMPARANDO

 

Carnaval o ano inteiro somente na Vínculoterapia. No carnaval você dança e pula a dança das ruas, na Vínculoterapia você vivencia a dança da vida. No carnaval você mostra a fantasia, na Vínculoterapia você mostra seu coração e sua essência. No carnaval você segue um enredo que não é seu, na Vínculoterapia você reescreve o enredo de seu destino. No carnaval você vive uma alegria artificial, na Vínculoterapia a alegria é natural. No carnaval você toca as pessoas externamente, na Vínculoterapia você toca e é tocado pelas pessoas com a força do olhar. Durante o carnaval você se move em Blocos e Escolas ou no salão, na Vínculoterapia tudo o que move é sagrado. Venha conhecer uma outra forma de ser feliz. Todas as segundas-feiras as 20:00 horas em Passos-MG. Informações e inscrições pelo whatsapp: 992215902.

 

 

PREGUIÇA DE PENSAR

 

O Brasileiro é Macunaíma, preguiçoso no que diz respeito ao ato de pensar. Como não gosta de pensar, pega carona no raciocínio dos outros, tornando-se papagaio de salão de barbearia ou locutor da rádio corredor. Estou me referindo a maioria, não todos. Refiro-me aos que se deixam dominar pelo conteúdo da mídia, pela lavagem cerebral ideológica, pela autoridade dogmática das religiões, pela influência limitada da ciência em andamento, pelos condicionamentos familiares e pelo modismo da tecnologia. Macunaíma ainda é um herói aos olhos do Brasileiro. Cada um que escolha o seu.

FUNDAMENTALISMOS

Existe o fundamentalismo religioso e o fundamentalismo científico. O religioso respira o fanatismo, com visão única da verdade que acredita possuir. O científico quer explicar tudo e todos pelos filtros metódicos e sistemáticos de Newton, pelos filtros observáveis sem considerar a existência do que ainda não podemos ver. Ambos combatem os opositores com argumentações enrijecidas, tentando desconstrui-los por dogmas e racionalizações autoritárias. Aos dois é impossível a inclusão, a diversidade, a harmonia entre os polos, a convivência saudável, a abertura de mente para infinitas possibilidades. Os dois se digladiam caso se encontrem na arena das ideias. São fundos, profundos, enraizados seus fundamentos, o que os torna incapazes de respirar a velocidade das informações e percepções disponibilizadas pelo universo.