Há
momentos na vida em que perdemos a esperança junto com alguma perda pessoal,
tamanho o desespero e o medo da solidão. Nestas horas nos deparamos com o osso
de nossas carências, com a verdade de nossos limites, com a falta de propósitos
para os dias que virão. Revivemos cada indecisão e cada insegurança como se
fossem nossa coluna vertebral. Reciclamos o passado, querendo traze-lo
definitivamente de volta. Molhamos os olhos com a repetição incontável de
narrativas tristes que nada contribuem para nosso crescimento emocional.
Deixamos de ressignificar o luto, afinal é para isso que ele existe, deixando
também de ressignificar a vida. Até que, de repente, nasce uma nova criatura na
família e vem cair em nossos braços e abraços. Sentimo-nos recompensados e
amparados por Deus, sem nos dar conta de que usamos, emocionalmente, aquele
evento, para encobrir nossa solidão existencial jogada debaixo do tapete.
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