terça-feira, 19 de maio de 2020

MULHER



A mesma vida que lhe fere é a que lhe molda por dentro e por fora. A mesma vida que lhe ensina é a que lhe transforma em professora. A mesma vida que lhe tira é a que lhe mostra que você já nasceu em abundância. Quem você foi um dia já deixou de fazer sentido, já não interessa a ninguém e por você mesma é ignorada. O trem do tempo é implacável, mas sua gana de sempre se transformar é imprescindível. O mundo é injusto e cego, mas sua visão interior do amor ultrapassa os confins celestiais. Quem você foi, um dia, já cumpriu o papel de moldar silenciosamente outros homens, outros sonhos, outras páginas. Suas estórias e seu perfume permanecem indeléveis na construção do mundo. Mulher, por favor, nunca deixe de existir para si.


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