Os governos populares
emprestam voz aos pobres injustiçados de maneira condicionada. Como eles vieram
da posição de vítimas do sistema econômico, eles atacam vorazmente os programas
sociais disponíveis, revelando à sociedade uma verdade até então escondida, a
de que os pobres também são corruptíveis diante de uma utopia político-social.
Por lhes faltar o acompanhamento da educação atrelada à mobilidade social, eles
emprestam sua vulnerabilidade a políticos incautos que os transformam em massas
de manobra para projetos pessoais de enriquecimento fácil, e desta comunhão
oportunista surge a mentalidade invasora dos
bens alheios em todos os níveis da
sociedade, ou seja, dos assaltos aos cofres públicos, aos assaltos à residências
e propriedades privadas, culminando com o assalto à vida das pessoas comuns de
forma protegida por este mesmo Estado que lhes estendeu as mãos. Deste processo
autofágico, nasce a desordem, a baderna, o desrespeito, a desconstrução de
reputações, a generalização dos defeitos e erros humanos, a quebra de valores,
a destruição das instituições, formatados como um objetivo partidário de poder
eterno para a institucionalização de novas formas ditatoriais no plano
político-econômico-social. Por isso, nem toda revolução serve a todos os
cidadãos de forma justa. Por isso,a justiça social é mesmo a maior de todas as
utopias.
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