Não temos mais escolha diante da tecnologia, pois ela
vai existir durante um bom tempo, mas ela não oferece vivência para as
crianças. Toda a infância se desenvolve diante de processos e narrativas,
diante do fazer de conta e do fazer de verdade, não apenas no nível visual, mas
no nível sinestésico. Para aprender um idioma precisamos primeiro ouvir a
sonoridade dele que oscila com a narrativa que nos oferece um conhecimento de
forma palatável. Assim também deve ser a apresentação da vida dos adultos para
as crianças. É preciso incluir a vivência ou o recurso das estorinhas sobre uma
vivência, com começo, meio e fim para auxiliar as crianças na organização do
pensamento e na leitura do mundo.
A tecnologia coloca a criança como protagonista de uma
realidade desconhecida, criando o risco de um aprendizado distorcido da
realidade, onde ela toma e registra decisões baseadas em pontuação e
destruição, em palavras cortadas e mensagens truncadas, baseadas na velocidade
e não na absorção promotora do pensamento crítico. Cabe aos adultos colocar
freio na ansiedade criada nas crianças pelo uso intenso das tecnologias de
entretenimento.
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