Com a morte prematura de Eduardo Campos, em plena
campanha eleitoral para a presidência do Brasil, refleti um pouco sobre o que
importa numa existência e aprendi a ser mais realista. Ele estava correndo
atrás de seus sonhos, o que aliás incluía arquitetar o futuro de uma nação com
potencial mal aproveitado por políticos vorazes e irresponsáveis. Este
comportamento o tornou um bom político.
Recordei que família ainda é nosso maior tesouro. Ele
criou uma família unida, com valores humanos, e a fez forte o suficiente para
caminharem tranquilos mesmo na sua ausência. Seu último filho, com síndrome de
Down, está recebendo muito amor da mãe e dos irmãos, como parte de seu legado e
ensinamento.
Recordei que o que temos de bom para ser dito a quem
amamos tem que ser dito HOJE. A morte não para nem um segundo em serviço, nem
tem paciência para permitir nos despedir dos entes queridos ou para agradecer
aqueles que foram importantes em nossa existência.
Recordei que mais importante do que sonhar é respirar.
A vida é feita de momentos e não de planos. Viver com propósitos não é preciso.
Faz-se necessário navegar cada momento como uma travessia entre várias
eternidades. A morte não se interessa nem pelo passado nem pelo futuro. Ela
sabe que a única coisa que temos é o momento presente. O difícil é acreditar
nisso e descobrir o novo universo que surge com esta possibilidade.
Fiquei pensando como seria uma existência sem os
sonhos. Creio que não sonhar seja uma arte voltada para o presente de tal
maneira que a vida vira apenas um fluxo de acontecimentos destilados, filtrados
pela essência das coisas, selecionados pela prioridade do coração. A arte de
não sonhar é a arte de mergulhar fundo nos desígnios de Deus. Ousemos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário