domingo, 31 de agosto de 2014

A ARTE DE DESCONDICIONAR


Por muito tempo vivemos de maneira egoísta, organizando nossas energias para atender apenas as necessidades pessoais, movidos pelos olhos limitados do instinto de sobrevivência e da competição. Era o reino mental.

Com o advento da internet aprendemos a nos conectar intensa e constantemente em interações rápidas que nos dessem a sensação de família humana onde todos se acham no direito de opinar e demonstrar suas deficiências online. Tal mudança foi acelerada pelas explosões solares, pois existe uma lei universal de que o que acontece em cima acontece também em baixo.

Neste momento estamos reaprendendo a arte de nos descondicionar do egoísmo e de nos deixar ser guiados pelo coletivo. Por isso tudo parece estar sendo feito agora em grupos ( globalização, manifestações políticas, estupros coletivos, campeonatos esportivos globais, genocídio de cristãos no Iraque, carência coletiva de alimentos e remédios na Venezuela Comunista). Tudo isso está sendo gerado pelo medo de perder o velho conhecido e de receber o novo completamente diferente. Quanto maior o medo, maior a resistência, mais altos os gritos de desumanidade. Quanto maior a consciência, maior a cooperação e o serviço ao bem comum.


Quando trocamos os filtros de percepção da realidade, na vida prática, esta troca deve ser acompanhada por um processo de descondicionamento, onde aprenderemos novas maneiras de relacionamentos, novas formas de cuidado para com os outros, novas formas de preservação da vida. Interiormente, aprenderemos novos comportamentos, reajustando ou recalibrando nossa capacidade de amar antes de qualquer ato.


sábado, 30 de agosto de 2014

A ARTE DE VER A REALIDADE


Sempre interrompemos com pensamentos a experiência que teimava em acontecer. Ora com julgamentos, ora com distração, sempre retiramos a prioridade da experiência e a trocamos por nada, ou por algo vazio, por coisas tão insignificantes que as chamamos de coisas. Nossa vida passa a ser uma sucessão de experiências interrompidas, querendo evitar sentimentos, críticas, contatos. Queremos trocar o ócio pela inércia, a rotina pelo novo, a atividade pela pessoa ou vice versa.


Ver e ficar com a realidade é uma arte. Demanda coragem permanecer dentro do fogo dos sentimentos fulminantes, respirar dentro da água fria da tristeza, sentir os pés firmes diante da ventania dos pensamentos. Demanda neutralidade permanecer diante das injustiças sem conhecer o começo-o meio- o fim de cada estória e sem indiferença. Demanda serenidade permanecer atento sem dar atenção e sem criar tensão em cada evento que se distensiona diante de outros eventos e do  tempo. Demanda alma permanecer diante das dores do corpo, sejam elas psicológicas ou falsas ou cruéis. Ver e ficar com a realidade é a arte de se esvaziar de si.


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A ARTE DE ACREDITAR EM NADA


Tudo o que você acredita tem membranas permeáveis de seda. A qualquer momento sua crença pode se deparar com outra crença e se esvair. A qualquer momento o seu posicionamento pode ser removido gentil ou violentamente pelo posicionamento de outras pessoas. Sua opinião recente sobre algo só existe até você encontrar novas informações que revelem a fragilidade dela.

Acreditar em nada é uma arte difícil de ser cultivada, pois nossa mente está terrivelmente habituada a acreditar em algo o tempo inteiro. Basta encontrar algo e logo arrisca uma opinião. Basta ler uma reportagem e logo atira julgamentos por todos os lados. Basta ouvir uma notícia e logo começa a levantar hipóteses sobre o ocorrido. Estamos sempre desacreditando da realidade, em nome de uma distração chamada opinião pessoal.

Para piorar os filtros de entendimento, algumas pessoas se engajam na negação de uma realidade confirmada por tantas outras. Assim negar, acreditar, duvidar, questionar, desacreditar, ver, enxergar, mentir e omitir ocupam muitos territórios no tempo do viver.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A ARTE DE DESAPARECER


Viver numa sociedade hiper conectada cria as suas impossibilidades de fuga. Mesmo que você queira sumir vivo, vai sempre deixar rastros que o localizem mais tarde. Faça um pequeno exercício sobre o que você deveria fazer se quisesse sumir de seus contatos.

Ao precisar de dinheiro, o caixa eletrônico registra de onde você está fazendo a transação financeira. Ao andar pelas ruas movimentadas da cidade grande ou ao entrar em lojas você pode ser registrado pelas câmeras de segurança. Ao caminhar pelas ruas de uma cidadezinha você chama muito a atenção e é visto por toda a população que o identifica como estranho. Ao usar transporte coletivo você deve preencher algum formulário. Ao fazer certas coisas é necessário apresentar documentos. Ao alugar um imóvel você precisa de documentos e provas de renda. O corpo está sempre precisando de um remédio ou de um médico e você precisa mostrar seus documentos. Ao usar a internet para se comunicar com alguém, se a polícia estiver procurando por si ela saberá identificar o IP do computador utilizado. Ao fazer uma cirurgia plástica de mudança de rosto terá que arranjar todos os documentos com comprovação a partir de sua impressão digital. Se deixar os cabelos e a barba crescerem muito, vai atrair mais suspeitas sobre sua identidade. Se entrar para alguma instituição religiosa terá que deixar telefones de contato. Se sumir de repente, cada instituição social ficará de olho em suas movimentações. Para conseguir qualquer trabalho de subsistência terá que se identificar ou levantará suspeitas que podem atrair polícia. Ao dirigir um automóvel corre o risco de ser parado pelos guardas rodoviários.

Viu só? Se correr o bicho pega, se esconder o bicho acha. Somos todos anônimos, vigiados numa sociedade policial. Assim como não existe crime perfeito, assim também não existe fuga perfeita. Talvez seja por isso que tantas pessoas vivem se escondendo de si mesmas.




quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A ARTE DE SE REINVENTAR


Há fases na vida da gente em que tudo parece perder o significado ou a paixão de fazer. São aqueles momentos em que a rotina tomou conta de tudo, mas não deu conta de nos fazer felizes, uma vez que deixou de lado a espontaneidade, a criatividade, a curiosidade, a alegria e o sentimento de realização.

Na natureza tudo se renova constantemente. Como somos parte desta mesma natureza e somos regidos pelos mesmos princípios vitais, a primeira coisa a fazer nestes momentos é abraçar coisas novas, dar a cara ao mundo, sair de casa, ler livros diferentes, encontrar pessoas diferentes que exerçam atividades interessantes, trocar figurinhas, viajar, observar pessoas felizes em ação, conversar com pessoas mais velhas ou mais experientes. É como se a nossa resposta estivesse pronta nas outras pessoas à serviço desta natureza que nos une.


De repente lá estamos nós enfrentando novos desafios, dizendo coisas positivas em ondas fortes de auto motivação, acreditando em si e no futuro, experimentando novos sabores, conhecendo a profundidade e abrindo os olhos para ver a beleza aonde nunca tínhamos visto anteriormente. Parece a sensação de estarmos nadando num novo rio de águas límpidas e serenas. Parece uma brisa interior trazendo leveza aos nossos dias. Tudo isso porque tivemos a coragem de nos reinventar e de aceitar novos caminhos e novos horizontes.



terça-feira, 26 de agosto de 2014

A ARTE DE LIDAR COM LIMITES


Num mundo de mais de 7 bilhões de habitantes buscando por um espaço individual que contenha suas necessidades de conquista, há que se cultivar a arte de lidar com os limites de cada um para evitar conflitos.

No plano universal surge a tecnologia humana competindo por mais acesso aos recursos planetários, cada um querendo usar o espaço para os interesses próprios, alegando segurança e criando mísseis intercontinentais que riscam os céus sobre as nossas cabeças.
No plano nacional surge a paranoia da divisão de classes protegendo alguns e discriminando outros, sem a compreensão de que todos nós fazemos parte do tecido social e todas as classes sociais têm a sua contribuição a fazer.

No plano familiar surge a composição de novas estruturas de relacionamento, libertando alguns em seus direitos e aprisionando outros num sistema moralístico e julgador, enquanto cada ser está apenas tentando sobreviver com respeito ao que acredita ser seu.

O que todos estes planos possuem em comum é a perda da consciência da força do coletivo movido por princípios de amor, a perda da noção de que o mundo inteiro é uma só família e todos precisam cuidar de todos. Quando se valoriza o outro em profundidade, as relações saem da esfera do egoísmo e abrem um novo horizonte de crescimento organizado e pacífico. Este tem sido o maior desafio da humanidade, aprender a se relacionar em harmonia.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A ARTE DE MUTAR


Somos seres em mutação ou transformação constante, sem a consciência ampla do que fomos ou do que seremos, sem a capacidade de vislumbrar o mundo em que habitaremos e as qualidades que se tornarão marcas em nossa alma.

Somos seres indefinidos, pois testemunhamos em nós a fluidez das energias fortes e sutis, observamos ao nosso redor o que pode ser destruído sem a preocupação do que deva ser construído, analisamos as transformações naturais e buscamos outras que fogem de nosso alcance atual.

Ao abraçarmos que nada deve durar para sempre como foi um dia, colocamo-nos em sintonia com o universo que se encarrega de criar consciências, pois este é o seu propósito de existir. A consciência existe porque é inconstante e livre.




domingo, 24 de agosto de 2014

A ARTE DE CONHECER


Nada conhecemos por inteiro. Assim como visitamos algumas cidades e afirmamos ter visitado um outro país, mesmo sabendo que aquele país é muito mais do que o que foi visto, mesmo ignorando que estamos apenas imaginando que aquele país seja uma extensão ou projeção do que vimos, assim também nunca conhecemos uma pessoa por inteiro.


Conhecer o outro é um exercício de ausência de si para que ele se manifeste e se revele naquilo que desconhecemos ainda. Mesmo que o outro se esforce em se mostrar, a tarefa é hercúlea devido a tantos aspectos existenciais. Conhecer é mais contemplar do que entender, é mais observar do que traduzir. Conhecer é uma ilusão, pois o que é visto não tem eternidade nem substância.  Conhecer é ser capaz de ver o que passa e imediatamente abrir espaço para o que estiver chegando a seguir, a ponto de se dissolver no que se vê. Por isso conhecer é uma arte.


sábado, 23 de agosto de 2014

A ARTE DE CURAR


As doenças físicas e seus sintomas nos incomodam mais do que suas origens que são de fundo emocional e existencial. A sintomatologia é a expressão ruidosa de um distúrbio emocional ou de uma não aceitação de uma perda. Para curar alguém ou se curar é preciso antes entrar nas profundezas do coração emocional e vasculhar as causas.


Aparentemente as causas são muitas, mas se mergulharmos mais fundo veremos que todas elas passam pela sensação de abandono, ameaça, desamor e culpa. A cura, portanto, só virá a partir do momento em que a pessoa se der conta de que é preciso se reconciliar com alguém antes de prosseguir qualquer tratamento. As curas demoram justamente por esconderem no inconsciente esta raiz de separação. A reconciliação é a expressão silenciosa de toda cura interior.


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A ARTE DE NÃO CRITICAR


Quem critica dentro de um relacionamento sempre comete injustiças contra a pessoa que criticou. Uma pessoa não pode e não deve nunca ser rotulada por apenas uma situação de erro. Ao criticar os outros, estamos pedindo ao mundo para nos criticar com a mesma medida. Ao ser criticada, a pessoa aciona seus mecanismos de defesa e devolve energeticamente o que recebeu, de maneiras proporcional ou desproporcional.

Toda crítica é sinal subliminar de arrogância se vier sozinha, se vier direcionada para o campo pessoal, se vier em público sem dar direito de resposta. A crítica é casada com a injustiça e mãe da calúnia. A crítica consciente, ao contrário das outras, vem acompanhada de justificativas ou de uma sugestão para se fazer melhor.


Se abrirmos mão de criticar os outros, teremos mais tempo para ler a realidade e seremos capazes de separar as pessoas de suas ações. Manifestaremos respeito pelas pessoas e discernimento pelos fatos. Aceitaremos a verdade de que cada situação tem centenas de pontos de vista e nenhum deles é superior aos outros. Cultivaremos melhores relacionamentos ao dar abertura para os outros se expressarem, ensinando-nos a expandir nossos pontos de vista. As análises variadas de uma mesma situação possibilitam crescimento pessoal  e percepção maior da realidade. Por isso, viver sem criticar é uma arte.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A ARTE DE FICAR SOZINHO


Por mais que a população mundial cresça, mesmo que frequentemos grupos ou comunidades, participando ou pertencendo a alguma agremiação, estamos sempre sozinhos. O nascimento e a morte expressam esta verdade, pois eles acontecem também sem aceitação.
Essa busca desenfreada por sucesso, fama ou dinheiro é baseada na necessidade de criar dependência para se fazer visto pelos outros. As uniões de amor e de paixão também sinalizam este medo de deparar com a verdade de que estamos sós. Cada um busca a imortalidade dentro de seus próprios recursos. Teme-se muito entrar na vastidão interior, maior do que os universos cósmicos, pois a verdade de que estamos sozinhos ali se manifesta irrefutavelmente.


Por isso estar sozinho é uma arte. Conversar naturalmente com os próprios fantasmas emocionais, desconstruir palavras e conceitos, desacreditar nas crenças sem substituí-las, faz parte desta arte. Aceitar as diferenças e conviver com elas faz parte desta arte. Saber verdadeiramente que nada nos pertence é como dar um sôco na cara da ilusão. Estar pronto a cada instante para a dissolução, como um rio corre para o mar pois sabe que vai virar nuvem e a nuvem sabe que vai virar chuva e a chuva sabe que vai virar correnteza, é saber que não adianta saber nada. O que vai acontecer, acontecerá. Ficar sozinho é pré-requisito para estar sozinho. Estar sozinho, com prazer, é passo natural no processo do despertar. A isso se chama solitude.


terça-feira, 19 de agosto de 2014

A ARTE DE NÃO SONHAR


Com a morte prematura de Eduardo Campos, em plena campanha eleitoral para a presidência do Brasil, refleti um pouco sobre o que importa numa existência e aprendi a ser mais realista. Ele estava correndo atrás de seus sonhos, o que aliás incluía arquitetar o futuro de uma nação com potencial mal aproveitado por políticos vorazes e irresponsáveis. Este comportamento  o tornou um bom político.

Recordei que família ainda é nosso maior tesouro. Ele criou uma família unida, com valores humanos, e a fez forte o suficiente para caminharem tranquilos mesmo na sua ausência. Seu último filho, com síndrome de Down, está recebendo muito amor da mãe e dos irmãos, como parte de seu legado e ensinamento.

Recordei que o que temos de bom para ser dito a quem amamos tem que ser dito HOJE. A morte não para nem um segundo em serviço, nem tem paciência para permitir nos despedir dos entes queridos ou para agradecer aqueles que foram importantes em nossa existência.
Recordei que mais importante do que sonhar é respirar. A vida é feita de momentos e não de planos. Viver com propósitos não é preciso. Faz-se necessário navegar cada momento como uma travessia entre várias eternidades. A morte não se interessa nem pelo passado nem pelo futuro. Ela sabe que a única coisa que temos é o momento presente. O difícil é acreditar nisso e descobrir o novo universo que surge com esta possibilidade.


Fiquei pensando como seria uma existência sem os sonhos. Creio que não sonhar seja uma arte voltada para o presente de tal maneira que a vida vira apenas um fluxo de acontecimentos destilados, filtrados pela essência das coisas, selecionados pela prioridade do coração. A arte de não sonhar é a arte de mergulhar fundo nos desígnios de Deus. Ousemos.


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A ARTE DE SOFRER


Tem gente que sofre e passa a vida inteira partilhando este sofrimento como se fosse um troféu difícil de conquistar e se só eles o possuíssem. Outras sofrem em silêncio, acreditando tratar-se de merecimento ou punição espiritual. Outras sofrem mentalmente por pequenas coisas. Há quem sofra por causa dos outros e também pela interpretação distorcida do que eles fizeram. Outros sofrem momentaneamente e entram num espaço psicológico de negação da realidade. Como se nota, cada pessoa tem a sua maneira de relacionar-se com os eventos indesejáveis ou ameaçadores em sua existência. Pelo jeito não é o sofrimento que nos faz sofrer, mas sim nossa interpretação de um evento manipulada pelo ego. É assim que se derruba a máscara do sofrimento e se revela que ele é grande ilusão. 


sábado, 16 de agosto de 2014

MEDOS E SILÊNCIO


Algumas pessoas em processo de despertar da consciência estão experienciando uma necessidade de ficar em silêncio. É uma fase anunciando coisas grandes pela frente. Trata-se de uma fase de desapego da mente, onde se passa a desacreditar nas estórias criadas por ela por anos e anos, uma fase de transição onde a luz se aproxima e nos silencia como se estivesse nos higienizando espiritualmente para que possamos retornar à nossa essência.

 Nós começamos a esquecer estas estórias e chamamos a isso erroneamente  de perda de memória, acessando medos antigos armazenados em camadas mais profundas. Quem está conduzindo este processo é o nosso Divino, já que estamos nos reaproximando Dele cada vez mais e nos afastando das cargas emocionadas para viver em sincronicidade maior com a força vital que alimenta e sustenta a conexão com todas as coisas. 

Identifique os medos, passe algum tempo observando estes medos e quando eles se forem você será capaz de compreender melhor a Presença e a participação constante do Divino em cada e em todos os acontecimentos de sua vida.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

AMOR


Quando o meu corpo encontra o seu, a mente pede conexão.

Quando os meus olhos encontram os seus, eles pedem conexão mais profunda, pois sei que aquela luz poderá me levar a lugares que nunca visitei.

Quando o meu coração encontra o seu coração eles pedem conexão mais profunda, pois sabemos que aquela construção emocional  poderá nos abastecer de amor.

Quando a minha alma encontra a sua alma elas pedem conexão mais profunda, pois sabem o que há de vir.

Quando o meu silêncio encontra o seu silêncio nós nos perdemos de vez, pois algo maior se aproxima e nos envolve com seu manto de suprema proteção.


Quando a nossa vastidão se acomoda sob o manto supremo nós nos encontramos com a luz divina. Aí já não há mais nada a pedir.




quinta-feira, 14 de agosto de 2014

UMA OUTRA GRANDE VIAGEM


Haveria algum propósito maior em experienciar sensações de estranheza em nosso corpo, ou passarmos inconscientemente por algum processo evolucionário que nos façam perder o apego à matéria, alçando voo rumo a outras dimensões espirituais, mesmo que permaneçamos ignorantes sobre os destinos da alma? Haveria uma quebra de entendimento sobre nosso sistema de crenças para dar vez e lugar a um espaço onde caia o véu da ilusão de que temos livre arbítrio? De que tudo nos vem do alto e não de nossos pensamentos e intenções?


Toda esta carga energética, adquirida e acumulada após as experiências do desapego, serviria para nos centrar nas mudanças que tanto sonhamos para o mundo atual e nos capacitaria a abraçar novas possibilidades de uma outra viagem dentro da consciência supra humana. Seria o contato multidimensional este propósito?


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

UMA SÓ VERDADE


Responda a todas as perguntas seguintes até encontrar uma única resposta para todas elas.

O que o faz feliz? O que faz sua voz vibrar de alegria contagiante e sua boca espumar de pressa para narrar uma experiência memorável? O que leva você a passos largos para o topo do contentamento? O que o reconecta com a alegria mais suprema de todas? O que você faria de novo se a vida lhe desse a oportunidade de repeti-la? O que ajuda você a se revelar ao mundo? O que vale tanto para si que o dinheiro jamais poderá comprar? O que foi escolhido por você para tornar-se inesquecível? O que estava por trás ou por dentro daquele evento que fez seu coração disparar e seus olhos brilharem radiantes? O que foi dito que soou como música para os seus ouvidos? O que roubou sorrisos de sua face quase infantil? O que você escolheu como instrumento de prazer para acompanhá-lo em sua jornada? O que foi que aconteceu um dia que o faz sorrir para as paredes sempre que relembra? O que foi que aconteceu um dia que ainda lhe rouba suspiros?


Esta resposta tem uma essência escondida no acontecimento. Descubra-a e terá um grande tesouro.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

ELE DORME


Quando Deus se põe a dormir ele sonha você.

Quando Ele acorda, você se vai como num passe de mágica.

Ele volta a ser silêncio eterno.

Você volta a ser silêncio eterno.


                                                           Benedito José

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

OUTRO ESPELHO


Quando olhamos no espelho, vemos nossa imagem exterior com os olhos críticos de quem está avaliando um produto para comprar, cheios de exigências, com alguma insensibilidade e pouca estima, olhando para o que não gostamos em nós, para o que está errado dentro dos conceitos impostos pela sociedade, para o que está faltando e que poderia nos dar melhores elogios, melhor aparência, para receber maior aceitação do mundo, enfim, achamos o tempo impiedoso conosco e ainda damos uma mãozinha para tudo o que parece imperfeito.


Será que existe algum espelho diferente que poderia nos mostrar apenas o que temos de bom e de belo, sem a interferência do ego e do orgulho? Será que inventaram algum espelho que nos mostre com segurança para onde estamos caminhando, com os olhos do espírito, pela força amorosa de quem se aceita mortal e imortal ao mesmo tempo? Melhor então seria olharmos para a parede e pintarmos mentalmente a mais bela moldura da perfeição, com olhos de raridade e de gratidão. O REI ESTÁ BELO...como na estorinha do rei nu.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PERGUNTA CERTA


A respiração acontece porque o ar se move. A natureza se renova porque se move. O coração bate porque o sangue ainda se move. A vida não tem nada a ver com a forma ou com o objeto, mas sim com o movimento que os sustenta na linha do tempo ou do eterno. A vida nos ilude com a falsa ideia de que, ao controlarmos os resultados de todas as interações e construções mentais, permaneceremos vivos.

Enquanto alimentarmos esta ilusão, estaremos reduzindo nossa capacidade de criação e criatividade. perdendo muito tempo com tentativa e erros.  Ao despertarmos desta ilusão, alcançaremos um campo maior de consciência para manifestar tudo o que for necessário para aquele momento. Ao questionarmos gentilmente porque queremos algo, estaremos expandindo nossa percepção do agora e anulando as influências do medo.




quinta-feira, 7 de agosto de 2014

SUBSTÂNCIA DO CHORO


Chorar é se apegar às lágrimas, criadas pelo ato de dramatizar algum acontecimento indesejado.

Chorar é se apegar à estória criada em cima de nossa imaturidade emocional.

Chorar é se apegar à emoção memorizada e arquivada como se fosse maior do que nossa capacidade de nos separar dela.

Chorar é se apegar à autoimagem de insegurança que se apossa de nossa atenção e nos faz esquecer quem somos realmente.

Chorar é se apegar ao condicionamento que roubou a segurança de fazer nossas próprias escolhas e de pagar o preço que elas pedem na vida.


Chorar é se apegar à omissão de crescer e não querer mais pagar a conta das consequências.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

DESAPEGO DO MOMENTO


Da mesma forma que eu quero ser feliz e me apego a tudo o que acredito irá me fazer feliz, terei que me desapegar destas crenças, deuses, pessoas e objetos se eu quiser ser feliz de verdade. Do contrário viverei buscando a concretização de um evento no futuro ou esperando que ele caia do alto, pois preciso acreditar muito que se eu não for feliz aqui serei no céu.


Cada momento se basta e se vai naturalmente. Eu não tenho nenhum controle sobre ele. Mas na maioria do tempo eu fujo do instante e busco outros instantes como se não pudesse me esvaziar totalmente ou se não pudesse me preencher do nada. É assim que existimos sem viver. É assim que morremos para cada instante de vida. É assim que morremos para Deus ao trocá-lo por uma ilusão interminável. Ele, coitado, fica esperando pacientemente que um dia a gente acorde e entenda finalmente que a única coisa que Ele dá igualmente a todas as criaturas é o momento presente no qual Ele vive. O resto você já conhece muito bem.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

CONSTRUINDO CONFIANÇA


As crianças adoram descobrir o mundo exterior perguntando centenas de porquês aos adultos, pois a medida que forem confirmando a veracidade das respostas oferecida pelos pais mais elas confiarão neles. Se quisermos crescer sozinhos temos que seguir a mesma técnica.

O processo de auto investigação, mesmo que nos assuste ou depare com resistência, acaba estreitando laços entre nosso eu superior consciente e nosso eu inferior inconsciente. É este diálogo inocente e sedento por auto conhecimento que vai processar em nós a luz do discernimento.


Este processo também nos afasta de ego pelo simples fato de fortalecermos nosso eu autêntico, através da confiança construída ao encontrarmos camadas e camadas de respostas e de percepções da realidade interior. Pouco a pouco vamos nos aceitando sem julgamento e reaprendendo a nos amar. Pouco a pouco vamos aprendendo a esvaziar a mente para permitir que a nossa verdade se manifeste sem qualquer esforço. Uma constância de percepções pode fazer muito pelo nosso crescimento e felicidade.


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

HORA DA VIAGEM


A hora de dormir é uma das horas mais importantes do dia. Com ou sem rotina, com ou sem higiene mental, a hora de dormir é um momento de transição entre o consciente e o inconsciente para propósitos maiores da existência material. Pouco a pouco vamos perdendo o controle de nosso corpo e de nossos pensamentos, a energia vai caindo. Somos tomados por um fluxo diferente de respiração, ouvimos um zunido do universo como pano de fundo para um silêncio monumental que se aproxima. Pouco a pouco esquecemos de nós e do que fizemos, como se perdêssemos a memória e a razão, como se a vida parasse de repente para que a bateria fosse recarregada. Morremos para o fora e acordamos para o dentro, sem contudo perder a essência de movimento.


No final do dia, o seu dia foi apenas ondas de energia, fluindo através de sua consciência individual pronta para ir dormir como se dormir uma viagem fosse e para receber insights e conhecimento de outras esferas mais vivas do que o outro dia que chamamos vida. A única constante é o movimento.

sábado, 2 de agosto de 2014

COMO LIDAR COM CONDICIONAMENTOS


Todo condicionamento está repleto de expectativas dos outros, de cobranças dos pais para sustentarem os velhos condicionamentos familiares que são transportados através de gerações e gerações, de regras sociais que visam mantê-lo preso à comportamentos exigidos por estas instituições. Se você não parar para observá-los, eles se perpetuarão em sua vida inconscientemente e causarão muita infelicidade.


Somente a autenticidade interior desconecta você das estórias, das regras, dos preconceitos sobre como tem sido a sua percepção de realidade ou como sua vida deveria ser vivida para ser aceito na sociedade com uma boa imagem. Primeiro você investiga e observa o seu condicionamento, depois toma consciência da causa, da origem dele, da primeira vez que ele teve voz e interrompeu alguma experiência importante em sua vida na realização de algum desejo que o levaria a descobrir mais coisas sobre si mesmo. Só após adquirir esta consciência é que você conseguirá se libertar do condicionamento.


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

VIDA EM ABUNDÂNCIA (6)


VIDA MILIONÁRIA E VIDA EM ABUNDÂNCIA

Se você ainda não está vivendo a vida em abundância é porque você está dormindo. Estar desperto é estar misturado e absorvido no campo infinito das probabilidades, exercitando as capacidades de transformar a energia dos pensamentos na energia da matéria, mas isso só é possível sem o apego ao mundo material já que tudo flui em energia. Se você está dormindo é porque você ainda se acha o dono de seus pensamentos e o fazedor de suas ações individuais, é porque você ainda nutre a consciência de falta e confia na mente como o único instrumento de prosperidade capaz de fazer os milagres que nunca chegam. Estar pronto para a vida em abundância significa esvaziar-se da mente e do mundo, desfazer as membranas de separação criadas pela mente e entregar-se ao campo infinito das possibilidades, o qual denominamos consciência. Mas não pense que é fácil como um estalar de dedos. A vida em abundância só se manifesta depois que você cumpre estes passos e se coloca à disposição do universo para ser o que ele quiser que você seja. Assim o fazendo, você perceberá conscientemente que a vida milionária é apenas um aspecto pequeno da vida em abundância.