quinta-feira, 17 de julho de 2014

A MENTIRA


Não existe mentira nos planos de consciência. Por mais que isso possa parecer chocante, a mentira em si não existe. Como tudo é relativo, torna-se importante saber que o grau de consciência ou a falta dela é quem vai verbalizar um conjunto de palavras interpretativas de uma situação ou de um desejo. Ao lutar por seus desejos ou ao se defender de uma acusação, uma pessoa sente a necessidade de convencer outra sobre a interpretação de um fato, real ou imaginário. 

Se for um desejo, haverá projeção de um sonho oculto ou de uma necessidade básica ou de um instinto descontrolado. Se for defesa, e aqui abre-se um parêntesis para a presença do medo como motivo, haverá necessidade de desviar a atenção de uma possibilidade e transferi-la para outro ângulo de observação. 

O que chamamos de mentira é uma dança bioquímica de ângulos de interpretação, cuja música brinca com palavras e emoções e com a arte de convencer alguém. Como as respostas ao que chamamos de mentira são reacionárias, a maneira que a vítima responde torna-se causa de grande sofrimento, não por causa da “mentira contada ou descoberta”, mas sim por causa da expectativa dela sobre a pessoa, pois é muito difícil aceitar “a verdade”dos outros que não coincida com a “nossa verdade”.

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