Não existe mentira nos planos de consciência. Por mais
que isso possa parecer chocante, a mentira em si não existe. Como tudo é
relativo, torna-se importante saber que o grau de consciência ou a falta dela é
quem vai verbalizar um conjunto de palavras interpretativas de uma situação ou
de um desejo. Ao lutar por seus desejos ou ao se defender de uma acusação, uma
pessoa sente a necessidade de convencer outra sobre a interpretação de um fato,
real ou imaginário.
Se for um desejo, haverá projeção de um sonho oculto ou de
uma necessidade básica ou de um instinto descontrolado. Se for defesa, e aqui
abre-se um parêntesis para a presença do medo como motivo, haverá necessidade
de desviar a atenção de uma possibilidade e transferi-la para outro ângulo de
observação.
O que chamamos de mentira é uma dança bioquímica de ângulos de
interpretação, cuja música brinca com palavras e emoções e com a arte de
convencer alguém. Como as respostas ao que chamamos de mentira são
reacionárias, a maneira que a vítima responde torna-se causa de grande sofrimento,
não por causa da “mentira contada ou descoberta”, mas sim por causa da
expectativa dela sobre a pessoa, pois é muito difícil aceitar “a verdade”dos
outros que não coincida com a “nossa verdade”.
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