A determinação das penas a serem imputadas pela justiça aos
condenados, como no processo histórico do Mensalão, por exemplo, trouxe á tona
o conceito de dosimetria, o qual questiona e decide sobre o tempo necessário
para a punição ou correção de um erro. Os castigos que os pais aplicam sobre
seus filhos desobedientes passam ou passavam pela mesma avaliação dosimétrica,
e as penas são mais rígidas proporcionalmente à ignorância, ao nível de
estresse, ao desequilíbrio emocional e ao autoritarismo dos pais.
No tratamento psicológico também existe a dosimetria. Os Psicanalistas
Freudianos investem em sessões á longo prazo para dar tempo ao cliente de fazer
todas as associações possíveis e necessárias para que o conflito seja resolvido,
levando ás vezes até dez anos. Os Psicólogos trabalham com as reflexões á médio
prazo para que o fator tempo não desanime nem provoque mais agitação no núcleo
emocional dos clientes. Já os Terapeutas Holísticos trabalham à curto prazo,
conciliando uma variedade maior de técnicas terapêuticas, oferecendo a visão
panorâmica das situações conflituosas e sugerindo rotas de solução para os
problemas que foram exagerados pela mente humana.
Não existe dosimetria perfeita nem melhor. O cliente deve
crescer em autoconhecimento, o suficiente para perceber melhoras em seu quadro
clínico, aplicando as técnicas oferecidas pelos profissionais de saúde mental,
e beneficiando-se do discernimento adquirido independentemente do tempo de
tratamento. Quanto maior o desequilíbrio bioquímico ou mental, mais tempo para
tratamento. Quanto maior o compromisso do cliente em se ver como parte da
solução e maior sua disponibilidade de experienciar novos posicionamentos nas
relações humanas, menor será o tempo para caminhar com as próprias pernas. O
tempo é ator coadjuvante no processo terapêutico. A abertura ao novo é a água
divisória entre o conflito e a libertação dele. O profissional é o anjo
paciente.
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