No mundo material só existem dois lados para se atuar como indivíduo. O lado de cá e o lado de lá, o lado onde estou e o lado onde o outro está. Como se trata de polaridade, todos os aspectos da vida se manifestarão em duas polaridades também.
Durante o processo de despertar da consciência, buscamos incessantemente pela luz como se estivéssemos totalmente nas trevas, o que não é bem verdade. Isto acontece pela separação aparente que a mente insiste em criar. Por isso vivemos sob a perspectiva da dualidade. Assim acreditamos ainda ter o livre arbítrio para escolher um dos lados sem medir as consequências, sem sabermos que na verdade estamos aqui para amar quem estiver do outro lado.
Se estamos do lado das trevas, do pecado, dos conflitos, da separação, da limitação, da infelicidade, da falta e da solidão, passamos grande parte de nossa existência procurando por Deus, por justiça divina, por favores divinos, por milagres. Amamos a Deus, ao Espírito Santo, aos Santos, aos Budhas, aos Orixás, aos Anjos, a tudo que represente a luz. Parece ser um lado bem confortável, sem grandes desafios e sem grande comprometimento, baseado em promessas e em obediência. Parece ser fácil demais amar à Deus e defender a prática do bem.
Se estamos do lado de lá, iluminados, despertos, santificados, realizados em Deus, nós temos que amar quem estiver do lado dos maus. Nosso grande desafio será amar os bandidos, os assassinos, os inimigos, nossos algozes e perseguidores, todos aqueles a quem odiamos e julgamos quando estamos do mesmo lado das trevas; mas não basta um simples gesto de amor, tem que ser um amor incondicional. É esta a razão pela qual ainda não temos tanta gente iluminada no mundo, pois todos sabemos que acima de nós só existe a lei do amor. O que não sabemos ainda é que a espiritualidade mais elevada só se manifesta aqui embaixo, e apenas quando você está completamente com os pés no chão da realidade.
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