Há pessoas que se cruzam no caminho, tão apressadas, e perguntam “Tudo bem?”, mas se separam sem saber a resposta. Outras fazem questão de abrir as barragens e contar até o que comeram no dia anterior. Há aqueles que apenas sorriem e deixam a linguagem corporal falar por eles. Mas há também os que reclamam de tudo ou sustentam o olhar apenas nos infortúnios da vida.
Não importa se você pediu ajuda a Deus, ou se seus esforços foram imensuráveis. Mesmo se as coisas não estão melhorando, em sua interpretação, há muitas variáveis envolvidas nas circunstâncias e situações que podem ter um propósito não esclarecido. Há muitas estórias criadas pela mente para tornar a situação pior do que seja realmente, um hábito de exagerar o tamanho dos eventos em troca de piedade e atenção, em troca de apoio e informação.
Por trás de algo que não vai nada bem, existe o mistério contido em cada instante, existem os desígnios de Deus para cada criatura, existe o encontro de fatores múltiplos, necessários para o desencadeamento de um outro evento mais necessário ainda. Como tudo está interligado e a energia das emoções e dos pensamentos borbulha incessantemente, há uma percepção diferente para cada acontecimento, dependendo da direção do olhar.
Por trás de algo que não vai nada bem, falta-nos o conhecimento do papel das resistências no processo da dor e das doenças. Falta-nos a fé na vida capaz de realizar milagres. Falta-nos compreender as lições contidas em cada desafio, para que possamos ultrapassá-los. Falta-nos trocar a reação desesperada e triste, pela ação concreta rumo à transformação das circunstâncias em algo positivo. Falta-nos, sim, voltar a dizer “sim” à vida, ininterruptamente.
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