Seria possível dizer “sim” no lugar de cada “não” pronunciado? Seria possível recriar oportunidades sobre o que foi negado? Seria mesmo possível dizer “não”, se a todo instante queremos e buscamos interação com todos e com todas as coisas?
Viver é dizer “sim”a todo momento, é engajar numa dinâmica de expressão verbal em busca de intimidade e conexão, com algo que admiramos ou criamos dependência. Dizer “sim” é praticar exercícios de confiança, pois mesmo quando pensamos estar dizendo “não”, na verdade estamos dizendo “sim” aos outros, aos problemas, ao prazer, à dor, às promessas, às regras instituídas por alguém em detrimento de outro alguém, à Deus, ao corpo, ao dinheiro, aos medos, enfim, é impossível viver o “não”, pois ele existe apenas verbalmente. Em cada interação, somos motivados pelo conflito nele instalado na busca de suas consequências, do contrário não haveria conexão. Dizer não é viver, mas viver é dizer, traduzir, revelar, acionar, desencadear.
Da próxima vez que você pronunciar a palavra “não”, conscientize-se do “sim” que foi manifestado naquele instante, dos valores ou conceitos que borbulharam ou se esconderam no seu interior, dos significados ocultos querendo se tornar conscientes. Se pudéssemos eliminar a palavra “não”, teríamos que prestar mais atenção na elaboração e construção dos pensamentos, teríamos que olhar nos olhos da outra pessoa e ouvi-la profundamente, estabelecendo conexões mais verdadeiras. Sem os “nãos”, teríamos mais auto-confiança e menos máscaras.
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