Havia um tempo, muito
tempo atrás, onde os trilhos do trem de ferro levavam sonhos e estórias,
bagagens de almas que procuravam por outras, fumaças que escondiam a esperança
de quem buscava seu lugar no mundo. Do pai que procurava emprego em outras
cidades, à avó que levava chouriços do interior para o neto estudante na
Capital, da criança de olhos acordados pelas cores à senhora que dormia de
cansaço existencial na viagem, seus passageiros eram mais do que passagens de
trem. O tempo ali mudava de itinerário, o espaço ali mudava de ângulos, mas os
trilhos eram sempre os mesmos. Eram trilhos tecendo saudades.
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