sexta-feira, 27 de junho de 2025

TECENDO

 

Havia um tempo, muito tempo atrás, onde os trilhos do trem de ferro levavam sonhos e estórias, bagagens de almas que procuravam por outras, fumaças que escondiam a esperança de quem buscava seu lugar no mundo. Do pai que procurava emprego em outras cidades, à avó que levava chouriços do interior para o neto estudante na Capital, da criança de olhos acordados pelas cores à senhora que dormia de cansaço existencial na viagem, seus passageiros eram mais do que passagens de trem. O tempo ali mudava de itinerário, o espaço ali mudava de ângulos, mas os trilhos eram sempre os mesmos. Eram trilhos tecendo saudades.

 


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