terça-feira, 20 de agosto de 2024

AMOR E PAIXÃO (2)

 

Como a vida se manifesta pelo princípio da incerteza, cabe muita paixão na espera dos dias, mas o amor tem pressa, não tem paciência para ser livre. O amor se molda nas grades dos compromissos, sem chamá-las de prisão; porém, não sabe onde estão as chaves. O amor não tem tempo para devanear, como eu gosto. Prefiro navegar a impossibilidade das escolhas avulsas, sem interrupções dramáticas, sem lero-lero, sem obrigação de tecer garantias, pois até eu mesmo sou incerto de definições. Quando o resultado aparece, ele compensa, transcende meus limites e me alimenta por quinze dias, feito uma jiboia dormindo o sono dos justos.

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