Se as janelas falassem,
elas desejariam “bom dia” todos os dias ao sol que a perspassa. Elas
registrariam na memória tudo o que alguém tentou esconder lá dentro ou imaginou
lá de fora. Elas se sentiriam mais fortes do que o vento ao trabalharem como
porteiros da casa. Elas refletiriam seu próprio brilho e beleza para que o
mundo as admirassem. Elas abririam o dia e cessariam as noites para deixar bem
claro quem ali manda mais. Se as janelas falassem, elas se mostrariam mais
arrogantes do que as portas que batem, mais poéticas do que os telhados que
namoram a lua, mais coloridas do que as paredes que alimentam entregas de
corpos. Ainda bem que não falam.
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