Pelas frestas da janela
passa o sol bem miudinho, invadindo o sono escuro e anunciando a chegada do
tempo acordado. Pelas frestas dos olhos passa o mundo bem miudinho, anunciando
a chegada da vida em outras cores e formas. A fresta se transforma em festa se
o olho vira janela escancarada, sem remelas do passado, pronta para receber a
luz que vem do fim do mundo e faz curva no prisma do coração das pessoas. Como
são seres refratários ao amor, seus olhos revelam a alma que incendeia a
existência por um curto lapso de identidade, sem dar tempo à estagnação dos
sonhos, sem se vender aos diamantes, sem tecer tramas de pensamentos fortes.
Seres refratários ao criador, seus olhos se transformam em gotículas de doce
orvalho quando as árvores brotam de dentro dos nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário