Certa vez um cliente me perguntou se cada pessoa
tem o seu lugar no mundo, um lugar único que não poderá nunca ser ocupado por
outra pessoa, um lugar psicológico com função apropriada para um momento
predeterminado. Nossa conversa despertou meu processo analítico por vários dias
e a partir daquele momento aquela pergunta se tornou minha.
Podemos também questionar o lugar de cada um numa
relação de duas ou de dez pessoas. Quando alguém se torna invasiva,
inconveniente, falsa e intrometida, é porque ela não respeitou a realidade
existente, ultrapassando limites não comunicados a ela, ou porque teve
simplesmente a intenção de se colocar no lugar de outra pessoa pelo exercício
da inveja ou ganância. Podemos questionar o papel social de uma pessoa líder
por natureza e capaz de conduzir outras pessoas à realização de um objetivo
comum. Quando alguém assume o espaço vazio utilizando sua capacidade
visionária, é porque ela quer compartilhar um conhecimento ou uma experiência que
já deu certo em algum lugar, o que acaba despertando a inveja nos incapazes. Do
contrário, por que alguém iria se incomodar com alguém fazendo o bem a outras
pessoas?
Os lugares existem para serem ocupados. O critério
de ocupação vai depender das regras estabelecidas ou do caráter do ocupante.
Cada pessoa age de acordo com sua estatura humana ou animal, de acordo com seus
interesses egoístas ou sua capacidade de amar sem pedir nada em troca. É a
consciência de falta ou de prosperidade que vai movimentar as pessoas por
caminhos psicológicos de ocupação.
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