Todo mundo já cruzou com alguma pessoa que se acha
a dona da verdade, incapaz de dialogar. Elas falam em voz alta, repetem chavões
lidos, papagaiam material didático de propaganda,batem de frente, falam do que
não sabem, escondendo ou tentando
esconder dos outros a ignorância de si mesmas. Se mal se conhecem e mal podem
escutar as palavras de alguém, como poderiam perceber que são chamadas de mala
por alguns, de estúpida e ignorante por outras, ao mostrarem sua teimosia como
limitação de pensamento? Elas desconhecem a flexibilidade e estão condenadas a
aprenderem pouco, pois agarraram-se a informações ultrapassadas e ainda
acreditam na própria utopia. Não conseguem ver que pararam no tempo e são mal
amadas nos relacionamentos íntimos. Ali o amor foi trocado pelo poder há muito
muito tempo atrás. Sem amor, ele nunca entenderá o que não aceita em si.
Somente a arte de ouvir pode destronar a ignorância
da manipulação, pelo valor do silêncio. Mas aqui também mora um grande perigo.
Na sua surdez psicológica, o dono da verdade irá interpretar o nosso silêncio
como vitória dele ou como indiferença dolorida que vai merecer mais
argumentação acirrada e desesperada. Ele se sabe fracassado e quer pegar carona
nas asas de alguém famoso, a qualquer preço, sofrendo mais isolamento, ou
ocupa-se de jogar pedras em pessoas que nem sabe que ele existe. Os donos da
verdade jamais serão donos de si mesmos.
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