segunda-feira, 18 de junho de 2012

A IDA


Quando não sabemos para onde ir na vida nem o que fazer com ela, é tempo de aguardar um momento para nos reconectarmos com o coração, com os desejos do coração, com a oração que acalma o coração. Se for muito difícil, torna-se prudente parar tudo  para compreendermos que sair do lugar pode estar significando falta de vivenciar o que estiver acontecendo.

Ter consciência significa experimentar com atenção, olhar sem envolvimento, agir sem tomar partido, fluir. Viver sem consciência do momento presente pode abrir espaço para o passado com suas memórias comprometidas ou para o futuro cheio de preocupações. Só a identificação com as memórias emocionadas pode impedir a tomada de consciência e impedir a clareza para tomar decisões acertadas. Aliás, a decisão torna-se certa apenas quando resistências são eliminadas. Viver com consciência é viver com a ciência de não parar nem cruzar os braços, ao contrário, arregaçar os braços e nadar na direção para onde corre o rio.

A vida parece uma ida para a mente. A vida é a caminhada e não o caminho para quem desperta a consciência de se estar presente o tempo todo. A mente não sabe disso e acredita escolher caminhos como exercício de poder e sobrevivência, acredita sempre na chegada. A vida é um processo interminável. Ela começou antes da concepção e continuou na linha do tempo após o que chamamos de morte física. Só a mente acredita em descontinuidade e fragmentação. A consciência sabe que o universo é um continuum que se manifesta na unidade de todas as coisas. Ela não precisa ir nem vir, fazer nem desfazer, aprender nem desaprender. Ela fica estável dentro de um veículo em movimento. A vida se move energeticamente como Deus quer, para onde ele quiser, até para o nada.

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