sábado, 30 de junho de 2012

FÓRMULA MÁGICA


A falta de comunicação verdadeira entre as pessoas e a falta de autoconhecimento são as principais causas da violência verbal e emocional. Não bastasse a violência urbana, ainda temos que enfrentar a violência familiar, muitas vezes escondida pela vítima por medo estarrecedor do agressor. Por não saber que este tipo de violência é crescente e tende a agravar-se cada vez mais, a vítima permite-se envolver no jogo do agressor, na tentativa ineficiente de agradar ou de confrontá-lo.

Conhecemos alguns casais que se desentendem em público e ofendem-se sem cerimônia na frente dos amigos, mas jamais imaginamos o que se passa em seus lares. A recusa em revelar as ameaças e agressões tenta livrar o agressor de futuras complicações com a polícia. Se houver hematoma, finge tratar-se de uma queda e está tudo bem.

O perfil do agressor deve ser estudado com atenção para que se protejam as vítimas, principalmente em se tratando de crianças, e para que se evite o pior. Tudo pode começar com as famosas palmadinhas e beliscões, bem como terminar em desfiguração e morte, tal é a seriedade do assunto.

O agressor é antes de tudo uma vítima, com experiência anterior de abuso físico, sexual, emocional ou verbal, ocorrido provavelmente em sua infância. Criado numa dinâmica familiar pouco amorosa e altamente estressante, onde o controle de comportamento ditava as regras em nome do respeito forçado, o agressor cresceu num ambiente confuso, onde se surrava o filho "para o seu bem". Se foi isso o que aprendeu, chances existem de repetir o comportamento, mesmo em escalas diferentes de ameaça e violência, devido a alguns fatores agravantes tais como dificuldades na subsistência, bebida alcoólica,bissexualismo, distúrbios mentais, drogas ou desemprego. Trata-se de condicionamento, estabelecedor de uma matriz de comportamento inseguro, acuado pela raiva interior não trabalhada. 

Uma pessoa insegura, com este histórico de vida, ao casar-se com outra pessoa mais competente do que ela, tem muitas chances de abusá-la verbalmente com gritos e críticas estúpidas para colocá-la sempre para baixo. "Se eu não posso subir até onde você está, vou trazê-la na marra até aqui onde estou". Forma-se assim a base de uma vida desgastante e infeliz, com consequências indeléveis para o futuro.

Enquanto a raiva do agressor não for compreendida por ele mesmo e purificada pelo perdão, ela será direcionada para humilhar o parceiro ou parceira em público ou agredir os filhos em casa. Confrontá-lo no mesmo tom de voz nada ajuda. Ao contrário, deixa-o numa posição defensiva perigosa que alimenta a raiva, torna-se ofensiva e estimula a violência. Submeter-se à ele também nada ajuda, pois realimenta o ciclo de controle total e jogo de poder sobre a vítima.

Este comportamento não pode ser protegido nem guardado em segredo. Busca-se apoio, testemunhas, registro de ocorrência, suporte familiar e profissional, garantias e reservas econômicas, caso o relacionamento culmine em separação definitiva. Vale lembrar que a tendência é ocorrer separação provisória quatro ou cinco vezes antes do divórcio. As implicações jurídicas e guarda dos filhos também tem que ser considerada.

Quando penso que o carinho, o amor e o cuidado constante com as pessoas de nossa família, a suavidade das palavras e o respeito, podem impedir toda esta tragédia humana, volto a acreditar na vida com esperança. Se tivéssemos sempre uma palavra otimista e positiva para os outros, se reconhecêssemos o potencial e o valor de cada pessoa e o comunicássemos à ela com respeito sincero e admiração, muita coisa poderia ser evitada. Com firmeza em nossas palavras, com receptividade e gentileza, poderíamos melhorar o mundo a partir de nossa família.

HOMEM PRECISA DE RECONHECIMENTO. MULHER PRECISA SER OUVIDA. CRIANÇA PRECISA DE ELOGIOS. AMIGO PRECISA DE ALEGRIA. Esta é a fórmula mais eficiente que encontrei para dar minha contribuição de amor ao próximo e ter um relacionamento harmonioso. Tem funcionado plenamente comigo. A partir de hoje, vai funcionar com você também !

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