A falta
de comunicação verdadeira entre as pessoas e a falta de autoconhecimento são as
principais causas da violência verbal e emocional. Não bastasse a violência
urbana, ainda temos que enfrentar a violência familiar, muitas vezes escondida
pela vítima por medo estarrecedor do agressor. Por não saber que este tipo de
violência é crescente e tende a agravar-se cada vez mais, a vítima permite-se
envolver no jogo do agressor, na tentativa ineficiente de agradar ou de
confrontá-lo.
Conhecemos
alguns casais que se desentendem em público e ofendem-se sem cerimônia na
frente dos amigos, mas jamais imaginamos o que se passa em seus lares. A recusa
em revelar as ameaças e agressões tenta livrar o agressor de futuras
complicações com a polícia. Se houver hematoma, finge tratar-se de uma queda e
está tudo bem.
O perfil
do agressor deve ser estudado com atenção para que se protejam as vítimas,
principalmente em se tratando de crianças, e para que se evite o pior. Tudo
pode começar com as famosas palmadinhas e beliscões, bem como terminar em
desfiguração e morte, tal é a seriedade do assunto.
O
agressor é antes de tudo uma vítima, com experiência anterior de abuso físico,
sexual, emocional ou verbal, ocorrido provavelmente em sua infância. Criado
numa dinâmica familiar pouco amorosa e altamente estressante, onde o controle
de comportamento ditava as regras em nome do respeito forçado, o agressor
cresceu num ambiente confuso, onde se surrava o filho "para o seu
bem". Se foi isso o que aprendeu, chances existem de repetir o
comportamento, mesmo em escalas diferentes de ameaça e violência, devido a
alguns fatores agravantes tais como dificuldades na subsistência, bebida
alcoólica,bissexualismo, distúrbios mentais, drogas ou desemprego.
Trata-se de condicionamento, estabelecedor de uma matriz de comportamento
inseguro, acuado pela raiva interior não trabalhada.
Uma
pessoa insegura, com este histórico de vida, ao casar-se com outra pessoa mais
competente do que ela, tem muitas chances de abusá-la verbalmente com gritos e
críticas estúpidas para colocá-la sempre para baixo. "Se eu não posso
subir até onde você está, vou trazê-la na marra até aqui onde estou".
Forma-se assim a base de uma vida desgastante e infeliz, com consequências
indeléveis para o futuro.
Enquanto
a raiva do agressor não for compreendida por ele mesmo e purificada pelo
perdão, ela será direcionada para humilhar o parceiro ou parceira em público ou
agredir os filhos em casa. Confrontá-lo no mesmo tom de voz nada ajuda. Ao
contrário, deixa-o numa posição defensiva perigosa que alimenta a raiva,
torna-se ofensiva e estimula a violência. Submeter-se à ele também nada ajuda,
pois realimenta o ciclo de controle total e jogo de poder sobre a vítima.
Este
comportamento não pode ser protegido nem guardado em segredo. Busca-se apoio,
testemunhas, registro de ocorrência, suporte familiar e profissional, garantias
e reservas econômicas, caso o relacionamento culmine em separação definitiva.
Vale lembrar que a tendência é ocorrer separação provisória quatro ou cinco
vezes antes do divórcio. As implicações jurídicas e guarda dos filhos também
tem que ser considerada.
Quando
penso que o carinho, o amor e o cuidado constante com as pessoas de nossa família,
a suavidade das palavras e o respeito, podem impedir toda esta tragédia humana,
volto a acreditar na vida com esperança. Se tivéssemos sempre uma palavra
otimista e positiva para os outros, se reconhecêssemos o potencial e o valor de
cada pessoa e o comunicássemos à ela com respeito sincero e admiração, muita
coisa poderia ser evitada. Com firmeza em nossas palavras, com receptividade e
gentileza, poderíamos melhorar o mundo a partir de nossa família.
HOMEM
PRECISA DE RECONHECIMENTO. MULHER PRECISA SER OUVIDA. CRIANÇA PRECISA DE
ELOGIOS. AMIGO PRECISA DE ALEGRIA. Esta é a fórmula mais eficiente que
encontrei para dar minha contribuição de amor ao próximo e ter um
relacionamento harmonioso. Tem funcionado plenamente comigo. A partir de hoje,
vai funcionar com você também !