Tudo o que nos envolve intensamente, gastando nosso tempo e energia em interações desafiantes, tem potencial para nos estressar se não prestarmos atenção em nosso grau de interesse. Em suma, todas as atividades que nos consomem diariamente, podem se tornar fontes de estresse e ansiedade, sejam elas quais forem, se nos descuidarmos.
Buscamos a novidade em tudo e em todas as interações. Não gostamos de ler notícias velhas. Se reencontramos um amigo queremos saber ou contar as novidades. Se cansamos da rotina no trabalho, queremos sair de férias ou experimentar uma nova tarefa. Se cansamos da mesmice em nosso casamento, ousamos fantasiar interações com pessoas mais belas ou mais jovens. A busca incessante pelas novidades nos impõe um grau de tensão e cobrança que tende a virar estresse.
Gostamos de viver intensamente, perigosamente, gerando muita adrenalina no corpo diante das aventuras. Buscamos o prazer e o entretenimento para nos esquecermos da dor e de tudo aquilo que não gostamos mas faz parte de nossa vida. Se perdermos a noção de equilíbrio, tal nível de adrenalina poderá provocar irritação, nervosismo, conflitos, acidentes e até crises de pânico.
Sempre que nos desconectamos de nosso coração e de nossas verdadeiras intenções, criamos o território da dúvida e experimentamos os contrários, os opostos, as contradições lamentáveis, em nome da busca pela complementaridade. Dizemos uma coisa mas fazemos outra. Criticamos um determinado comportamento de alguém, mas não nos damos conta de que nós também agimos daquela forma. Mentimos à nós mesmos para receber algo de alguém. Temos medos mas agimos com agressividade para mascarar nossos temores e nossa insegurança. Até que um dia o estresse se manifesta em nossas incongruências.
A vida é complexa. O ser humano é complexo. O excesso de informações e conhecimento gera normalmente muito estresse, devido à tantas exigências do mundo moderno. No desgaste deste aprendizado podemos ser engolidos pela obrigatoriedade das mudanças. As novidades, a intensidade e a ambiguidade podem passar de instrumentos de interação e integração à causas de doenças físicas e desequilíbrio emocional. Fiquemos atentos à possibilidade e às consequências dos exageros.
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