É sempre bom voltar à terra que nos viu nascer, visitar a rua onde crescemos, rever os amigos da infância e da juventude, comer a comida da mãe e abraçar todas as pessoas que amamos.
Há um periodo de readaptação, não só do clima mas também das idéias sustentadas pelo povo, pelos hábitos, pelas limitações e valores humanos de cada um. Em cada encontro, uma saudade, uma reafirmação e renovação, um desfiladeiro de lembranças significativas ou não. Voltar não deveria ter esta definição, uma vez que é um continuar, um caminhar de novos passos e novos projetos, escondendo os desejos mais importantes de nosso coração. É o reencontro com os desejos de cada ser humano.
A elipse pode ser percebida como ciclo, embora não o seja. A volta pode ser vista como retrocesso, mesmo não o sendo. A continuidade da vida não depende nem da geografia nem da percepção. Da mesma forma que o rio que passa à sua frente não será o mesmo rio daqui há alguns minutos, assim também nunca somos a mesma pessoa na fluidez do tempo. Por isso se deve prestar muita atenção no momento presente, para que a vida não se esvaia de nós sem ter sido aproveitada com intensidade.
Toda mudança abre novas portas de oportunidades, novos desafios, novo conhecimento, mas os desejos são os mesmos, ou seja, o desejo constante de querer ser feliz é o que nos move e nos comove. Se a felicidade se basear apenas em eventos externos não terá vida longa e aquilo que carregamos em nosso interior determinará o rumo de nossos passos e o peso ou a leveza da viagem. O que não podemos é parar de caminhar pois a vida é movimento. Para isso fomos criados. Para respirar com a alma. Para pulsar a força vital. Para ser.
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