Brincar quando adulto é
como cavar, talvez garimpar. A criança brinca sem compromisso, com seu olhar
aberto e exploratório, aprendendo pela repetição cinestésica. O adulto brinca
com olhar direcionado e intencionado ao cavar porões e nascentes. O adulto cava
a alegria com moderada expectativa, confiando nas próprias estratégias de
envolvimento. Adulto não brinca sozinho, pelo menos em sua cabeça. O adulto
brinca pela relação solta entre espaço e tempo de conexão. A criança brinca
para si mesma, o adulto brinca com o mundo. O porão cavado servirá para dar abrigo
a alguém mais tarde. Da nascente cavada, compartilhará suas águas com prazer e
realização pessoal.
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