Não há som nem luz no
crânio, apenas sinais e percepções. Cabe a ele decodificar o que recebe e dar
algum sentido para fazer lógica em nossas interações com o ambiente. Entre a
captação dos sinais e a interpretação dos cinco sentidos, muita coisa pode ser
distorcida, mal interpretada, negada, alterada. O cérebro faz de tudo para
garantir nossa sobrevivência, inventando cores e cenas ou ajuntando fragmentos
de maneira minimamente ordenada. Afinal ele registra dezenas de sons
acontecendo simultaneamente, milhões de cores oscilando no campo visual,
trilhões de memórias se alternando para comparação relativa dos fatos. Sendo
assim, a realidade que percebemos nasce de um fluxo de alucinação e se
direciona para o que podemos suportar. A realidade está para a verdade assim
como o filme está para a vida.
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