O osso é duro de roer. O
osso é duro de largar. O que parece difícil para alguns, tornou-se desejado por
outros. Tomar algo para si, com facilidade e impunidade, faz do osso um ofício.
O osso vicia. O osso é amigo do ócio, da demora, das desculpas, da
procrastinação. O osso pede para você voltar depois, procurar outro
departamento, carimbar isso e aquilo, pagar mais esta taxa, esperar o chefe
voltar de férias, renovar a licensa. O osso não se quebra, tendo sempre mais um
pouquinho de tutano, até a aposentadoria com benefícios especiais. O osso pode
dar briga de dois em dois anos, mas no final tem osso para o amigo do amigo. O
osso sempre conta com o tempo. O amigo sempre conta com o amigo.
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