Querido ADAILTON ALMEIDA: Hoje tive o
imenso prazer de ler seu primeiro mergulho na publicação literária, leitura
altamente recomendável. Nasce uma estrela. Seu livro é a melhor surpresa
inusitada que podemos receber de um Escritor. O conjunto da obra é de uma
uniformidade ímpar, convidando-nos a devorá-lo inteiro antes que o instante
acabe. Parece que estamos lendo o livro de um Escritor famoso, respeitado e
premiado internacionalmente. Seus passeios metafísicos pelo Ser nos arrastam
sutilmente para espaços de reflexão, lembrando em nós as pausas entre palavras
de grande aprendizado. Sua CARTA ABERTA AO FUTURO merece correr o mundo sem
fronteiras. Sua CONJUGAÇÃO NÃO CONVENCIONAL simplifica as nuances e meandros da
comunicação silenciosa, pois enquanto você escreve, deixa a gente ler e a gente
cresce. Seu ÚLTIMO ABRAÇO desperta em nós a vontade de abraça-lo eternamente,
como o Escritor maior de nossas leituras afetuosas. A leveza e a concatenação
de seus versos exigem a declamação caprichada nos saraus literários, pondo-nos
de prontidão para esta tarefa ou para musicá-los. O espaço e o lugar de sua
fala poética, reúnem o sublime encontro da garganta resistente com a tela em
branco das almas carentes de vida. Seu ritmo nos encanta, seus filtros nos
filtram, sua mágica nos transforma em rios de escuta. Seja falando com as
arestas ou virando peixe, seja clamando astros ou dissipando desespero, a
verdade de seus versos dialoga com nosso silêncio esquecido, feito terapia sem
terapeuta, feito praia sem gente, feito criança sem brinquedo. Suas indagações
existenciais nos arrebatam pungentemente o Espírito, forçando-nos a respeitar
as vírgulas do destino.
Afinal, Adailton, quem é você? Um “pecador
santo” ou um “pássaro sem rastros”? Um humano rebelde ou um Ser essencial? Não
sei o que você carrega em suas malas, mas posso afirmar que nela tem um coração
sensível, olhos de diamante, asas de dragão e muitos papeis com caneta para o
que há de vir. Você é simplesmente interminável, pelo que já acessou. Não sei
de suas viagens, por onde andou estrada afora, mas sei de sua melhor companhia
nesta jornada, que é o seu Observador de estrelas a lhe convencer a tornear
sentidos e os magnetizar em poemas líquidos. Suas propostas de pensamento
beiram o quase, passam pela revelação, vão-se sem dizer adeus, e deixam-nos com
gosto de quero mais. Você é uma estrada nova.
A Filosofia é inusitada por natureza ao
interpretar o que sentimos, mas sua poesia é inusitada por nos fazer sentir o
que você pensou e transformou em sinais de alerta. Eu, simples Leitor, exposto
à essência que vaza de seus olhares literários, sobre todas as coisas, pedindo
mais tempo ao tempo para respirar o que tem de belo no recôndito infinito das
palavras, lá onde você chegou antes. Inusitada é sua forma peculiar de ver o
mundo, talvez revelação de alguém que se iniciou cedo na escrita e nas
dificuldades que vão além de suas escolhas pessoais, o que aliás lembra nossa
humanidade. Inusitado é ter “um molho de chaves, mas nenhuma abre a porta”
quando necessitamos por ela transitar. Inusitada é a vontade de lhe conhecer
melhor até o próximo livro.
Autor: Benedito José
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