sábado, 16 de março de 2024

POESIAS INUSITADAS

 

Querido ADAILTON ALMEIDA: Hoje tive o imenso prazer de ler seu primeiro mergulho na publicação literária, leitura altamente recomendável. Nasce uma estrela. Seu livro é a melhor surpresa inusitada que podemos receber de um Escritor. O conjunto da obra é de uma uniformidade ímpar, convidando-nos a devorá-lo inteiro antes que o instante acabe. Parece que estamos lendo o livro de um Escritor famoso, respeitado e premiado internacionalmente. Seus passeios metafísicos pelo Ser nos arrastam sutilmente para espaços de reflexão, lembrando em nós as pausas entre palavras de grande aprendizado. Sua CARTA ABERTA AO FUTURO merece correr o mundo sem fronteiras. Sua CONJUGAÇÃO NÃO CONVENCIONAL simplifica as nuances e meandros da comunicação silenciosa, pois enquanto você escreve, deixa a gente ler e a gente cresce. Seu ÚLTIMO ABRAÇO desperta em nós a vontade de abraça-lo eternamente, como o Escritor maior de nossas leituras afetuosas. A leveza e a concatenação de seus versos exigem a declamação caprichada nos saraus literários, pondo-nos de prontidão para esta tarefa ou para musicá-los. O espaço e o lugar de sua fala poética, reúnem o sublime encontro da garganta resistente com a tela em branco das almas carentes de vida. Seu ritmo nos encanta, seus filtros nos filtram, sua mágica nos transforma em rios de escuta. Seja falando com as arestas ou virando peixe, seja clamando astros ou dissipando desespero, a verdade de seus versos dialoga com nosso silêncio esquecido, feito terapia sem terapeuta, feito praia sem gente, feito criança sem brinquedo. Suas indagações existenciais nos arrebatam pungentemente o Espírito, forçando-nos a respeitar as vírgulas do destino.

Afinal, Adailton, quem é você? Um “pecador santo” ou um “pássaro sem rastros”? Um humano rebelde ou um Ser essencial? Não sei o que você carrega em suas malas, mas posso afirmar que nela tem um coração sensível, olhos de diamante, asas de dragão e muitos papeis com caneta para o que há de vir. Você é simplesmente interminável, pelo que já acessou. Não sei de suas viagens, por onde andou estrada afora, mas sei de sua melhor companhia nesta jornada, que é o seu Observador de estrelas a lhe convencer a tornear sentidos e os magnetizar em poemas líquidos. Suas propostas de pensamento beiram o quase, passam pela revelação, vão-se sem dizer adeus, e deixam-nos com gosto de quero mais. Você é uma estrada nova.

A Filosofia é inusitada por natureza ao interpretar o que sentimos, mas sua poesia é inusitada por nos fazer sentir o que você pensou e transformou em sinais de alerta. Eu, simples Leitor, exposto à essência que vaza de seus olhares literários, sobre todas as coisas, pedindo mais tempo ao tempo para respirar o que tem de belo no recôndito infinito das palavras, lá onde você chegou antes. Inusitada é sua forma peculiar de ver o mundo, talvez revelação de alguém que se iniciou cedo na escrita e nas dificuldades que vão além de suas escolhas pessoais, o que aliás lembra nossa humanidade. Inusitado é ter “um molho de chaves, mas nenhuma abre a porta” quando necessitamos por ela transitar. Inusitada é a vontade de lhe conhecer melhor até o próximo livro.

 

Autor: Benedito José


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