quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

ALÔ, ALÔ MARCIANOS (2)

 

Quando ele destruiu a lanterna, eu mal sabia que sua luz artificial ofuscaria nossa capacidade de pensar individualmente, banalizando o que antes nos incomodava. O danado injeta pensamentos prontos na mente coletiva. Ele matou a moral e os bons costumes, a civilidade e a boa convivência, os deveres e o sentido da vida. Sem contar como aquela luzinha chata, acesa no escuro do ônibus ou avião, atrapalha o sono de quem quer dormir durante a viagem. Contando com recursos tecnológicos práticos, perdemos o atributo do respeito pelo espaço público, forçando outras pessoas a suportarem nosso mau gosto musical. Somos manés, barraqueiros, invasores, difamadores, tomadores do que não nos pertence.


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