Quando ele destruiu a lanterna, eu mal
sabia que sua luz artificial ofuscaria nossa capacidade de pensar
individualmente, banalizando o que antes nos incomodava. O danado injeta
pensamentos prontos na mente coletiva. Ele matou a moral e os bons costumes, a
civilidade e a boa convivência, os deveres e o sentido da vida. Sem contar como
aquela luzinha chata, acesa no escuro do ônibus ou avião, atrapalha o sono de
quem quer dormir durante a viagem. Contando com recursos tecnológicos práticos,
perdemos o atributo do respeito pelo espaço público, forçando outras pessoas a
suportarem nosso mau gosto musical. Somos manés, barraqueiros, invasores,
difamadores, tomadores do que não nos pertence.
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