quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

ALÔ, ALÔ MARCIANOS (1)

 

Quando o telefone celular destruiu o uso dos relógios de pulso, eu não imaginava que estaríamos sendo enjaulados na cela do tempo. O danado nos amordaça com as correntes das horas. A gente dedica a ele o tempo precioso de nossa existência, aquele tempo que poderia gerar os melhores momentos de nossa vida, sem contar a interrupção dos afetos vitais para o equilíbrio emocional. Ele não deixa a gente ver nossos filhos crescerem, ou nossa juventude voar nos céus das descobertas e das experiências, ao nos treinar para o automatismo. Fomos engessados na hipnose de seu poder estimulador. Somos pilotados por olhos invisíveis e levados a lugares que não pedimos, para fazer coisas que não queremos. Lá se foi nosso livre arbítrio.

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