Quando o telefone celular destruiu o uso
dos relógios de pulso, eu não imaginava que estaríamos sendo enjaulados na cela
do tempo. O danado nos amordaça com as correntes das horas. A gente dedica a
ele o tempo precioso de nossa existência, aquele tempo que poderia gerar os
melhores momentos de nossa vida, sem contar a interrupção dos afetos vitais
para o equilíbrio emocional. Ele não deixa a gente ver nossos filhos crescerem,
ou nossa juventude voar nos céus das descobertas e das experiências, ao nos treinar
para o automatismo. Fomos engessados na hipnose de seu poder estimulador. Somos
pilotados por olhos invisíveis e levados a lugares que não pedimos, para fazer
coisas que não queremos. Lá se foi nosso livre arbítrio.
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