Olhando demoradamente para
o mar e comparando as ondas com a minha vida, notei que tudo é eternidade, tudo
é força divina, tudo é profundeza energética. Tal qual as ondas do mar, a vida
fala no idioma próprio da incerteza e da instabilidade, sussurra palavras
imprevisíveis, grita palavras de ordem e de espanto, de descontrole e de
alerta. Não existe medida de tempo entre duas ondas, tem sempre alguma outra
pedindo para se manifestar, tem sempre um turbilhão de emoções e pensamentos
fluindo sem pedir licença, desmanchando-se sobre a espuma das horas. Na maré
baixa, abrem-se caminhos regados para que a vida floresça seu esplendor,
pescadores de esperança e de almas interagem com os passantes, redes de amor
são lançadas sobre a paisagem humana. Na maré alta, menos espaço de
oportunidades, mais espera e convite à análise, mais mar nos olhares fugidios.
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